Presidente da Câmara de Loures retira pelouros a vereadora do seu partido

Vereadora diz ter votado "em consciência", contra proposta de isenção de taxas a uma empresa que tem uma dívida à autarquia.

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Carlos Teixeira já tinha apresentado a proposta de isenção de taxas no início do ano Rui Gaudêncio

A informação foi transmitida à Lusa pela vereadora socialista Emília de Figueiredo, que detinha os pelouros do Turismo e da promoção do emprego na Câmara de Loures. A decisão do presidente Carlos Teixeira (PS) foi tomada na quarta-feira na sequência de uma reunião do executivo municipal em que a vereadora Emília de Figueiredo votou, juntamente com os partidos da oposição, contra uma proposta do PS para a isenção parcial das taxas de publicidade à empresa CEMUSA.

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A informação foi transmitida à Lusa pela vereadora socialista Emília de Figueiredo, que detinha os pelouros do Turismo e da promoção do emprego na Câmara de Loures. A decisão do presidente Carlos Teixeira (PS) foi tomada na quarta-feira na sequência de uma reunião do executivo municipal em que a vereadora Emília de Figueiredo votou, juntamente com os partidos da oposição, contra uma proposta do PS para a isenção parcial das taxas de publicidade à empresa CEMUSA.

Em declarações à Lusa, a vereadora, agora sem pelouros, explicou que a empresa em causa tem uma dívida ao município de cerca de 500 mil euros e que por isso quis votar “em consciência”. “É uma proposta que já foi formulada desde o início do ano. A primeira vez que veio a discussão mereceu muitas dúvidas da oposição. Agora esta segunda vez considerei que não estava correctamente instruída. Por isso mesmo sendo do meu partido votei em consciência e com intenção de salvaguardar os interesses do município”, justificou.

Emília de Figueiredo referiu que existe desde o ano passado um processo em tribunal entre a empresa e o município devido às taxas de publicidade. “Devíamos ter aguardado que o tribunal se pronunciasse antes de elaborarmos qualquer proposta”, atestou.

Relativamente à decisão de Carlos Teixeira, de lhe retirar os pelouros, Emília de Figueiredo considerou tratar-se de uma atitude “bastante excessiva”. “Não esperava esta decisão. Fiquei surpreendida porque tenho provas dadas e votei em consciência. Tenho essa legitimidade. De qualquer forma sinto que honrei o meu partido e o povo de Loures ao tomar esta opção”, apontou.

Emília de Figueiredo referiu ainda que vai comunicar a situação que motivou a perda de pelouros ao secretário-geral do PS, António José Seguro, e ressalvou que pretende cumprir o mandato de vereadora até ao fim. “Há muito mais a fazer. Se desistisse agora estaria a defraudar as expectativas de quem me elegeu”, sustentou.

A Lusa contactou o presidente da Câmara de Loures, mas este recusou-se a fazer qualquer comentário.