Mais do que ser veloz, a chita destaca-se pela aceleração
Mudanças súbitas de velocidade e de direcção são as armas usadas pela veloz chita para capturar as presas, diz um estudo publicado esta semana na revista Nature.
“São extraordinários atletas – não só pela velocidade que conseguem atingir mas pelas suas capacidades de aceleração e manobras usadas para a captura de uma presa”, comenta Alan Wilson, investigador do Royal Veterinary College in Hatfiel (no Reino Unido) que liderou o estudo, em declarações à BBC.
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“São extraordinários atletas – não só pela velocidade que conseguem atingir mas pelas suas capacidades de aceleração e manobras usadas para a captura de uma presa”, comenta Alan Wilson, investigador do Royal Veterinary College in Hatfiel (no Reino Unido) que liderou o estudo, em declarações à BBC.
A velocidade máxima de uma chita rondará os 105 quilómetros/hora. Esta “marca” foi estabelecida em 1965, tendo sido registada por um cientista que se encontrava no Quénia e que observava um animal a correr em linha recta num trilho de terra batida. No caso de um animal mantido em cativeiro – num jardim zoológico – os registos observados ficam aquém disso e não ultrapassam os 65 quilómetros/hora.
A equipa de Wilson trabalhou com especialistas do college's Structure and Motion Laboratory e seguiu animais no Botswana's Okavango Delta durante mais de um ano, usando coleiras com detectores de movimento e sistemas GPS. O que perceberam é que as chitas em estado selvagem são, de facto, capazes de ocasionalmente atingir velocidades próximas dos 100 km/hora. Porém, trata-se de casos excepcionais. Na maioria dos esforços feitos para caçar, os animais observados atingem cerca de 60 km/h. O que surpreendeu os cientistas foi a capacidade que a chita mostrou para mudanças súbitas de velocidade e de direcção. Numa só passada, este animal era capaz de aumentar a sua velocidade em 10km/h.
Para futuras comparações (e usando o cálculo da potência expressa numa relação com o peso (W.kg), permitindo assim a comparação entre sujeitos de diferentes massas corporais), o estudo lembra que o velocista jamaicano Usain Bolt atingiu 25W/kg no recorde quebrado em 2009. Um cavalo num jogo de pólo tem um pouco mais, registando 30W/kg e um galgo inglês chega aos 60W/Kg. Já a chita ultrapassa todas estas marcas e consegue atingir uma potência de 120W/kg.
Uma das explicações para estas proezas da chita estará relacionada com o bom uso que dão às suas fortes garras que se perdem ao chão e tornam possível rápidas e seguras mudanças de direcção e velocidade.
A equipa de investigadores está agora a aplicar a mesma técnica de estudo – suportado nos inovadores colares com sistema de GPS – para seguir leões e cães selvagens em África.