Hyde Park em Hudson

Relato especulativo, parece mesmo que abusivo, da relação entre Franklin Delano Roosevelt e uma prima afastada, em vésperas da II Guerra. Bill Murray faz de Roosevelt e é uma pena vê-lo a fazer de boneco, embora tenha caído no goto (foi nomeado para os Globos de Ouro). Laura Linney é a prima, e é menos boneca, mas não tem personagem, como o não tem, já agora, a sempre triste Olivia Williams (que faz de Eleanor, legítima esposa de FDR). O filme, de facto, é Hyde Park em Hudson, quer dizer, “cinema inglês feito na América”, aquele compostinho sem chama nenhuma mas muito cuidado no décor e no guarda-roupa a que às vezes sai a taluda. Tipo O Discurso do Rei; e nem por coincidência, o rei aparece mesmo, de visita a FDR para tentar garantir o apoio americano na guerra prestes a começar na Europa. Ocasião que o filme aproveita para meia-dúzia de graçolas sobre as idiossincrasias de americanos e britânicos, que incluem um espectáculo musical com índios e uma cena com cachorros quentes. Há um Griffith do tempo da Biograph, literalmente há cem anos atrás, que trata dessas mesmas idiossincrasias com muito mais graça e perversidade. Com isto, cremos, fica dito o que há a dizer sobre desengraçado filme de Roger Michell.

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Relato especulativo, parece mesmo que abusivo, da relação entre Franklin Delano Roosevelt e uma prima afastada, em vésperas da II Guerra. Bill Murray faz de Roosevelt e é uma pena vê-lo a fazer de boneco, embora tenha caído no goto (foi nomeado para os Globos de Ouro). Laura Linney é a prima, e é menos boneca, mas não tem personagem, como o não tem, já agora, a sempre triste Olivia Williams (que faz de Eleanor, legítima esposa de FDR). O filme, de facto, é Hyde Park em Hudson, quer dizer, “cinema inglês feito na América”, aquele compostinho sem chama nenhuma mas muito cuidado no décor e no guarda-roupa a que às vezes sai a taluda. Tipo O Discurso do Rei; e nem por coincidência, o rei aparece mesmo, de visita a FDR para tentar garantir o apoio americano na guerra prestes a começar na Europa. Ocasião que o filme aproveita para meia-dúzia de graçolas sobre as idiossincrasias de americanos e britânicos, que incluem um espectáculo musical com índios e uma cena com cachorros quentes. Há um Griffith do tempo da Biograph, literalmente há cem anos atrás, que trata dessas mesmas idiossincrasias com muito mais graça e perversidade. Com isto, cremos, fica dito o que há a dizer sobre desengraçado filme de Roger Michell.