Autor da fuga de informação sobre espionagem nos EUA revela identidade
Trabalhava na Agência de Segurança Interna, como contratado externo, e voou para Hong Kong antes de passar os documentos aos jornais.
O jornal britânico The Guardian, com quem Snowden estava em contacto há vários dias, revelou este domingo, a pedido do próprio, a identidade do autor da fuga de informação que deu origem ao maior escândalo de espionagem recente. “Não tenho intenções de me esconder, porque sei que não fiz nada de errado”, afirmou Snowden, que também disse ter consciência das possíveis repercussões legais do que fez.
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O jornal britânico The Guardian, com quem Snowden estava em contacto há vários dias, revelou este domingo, a pedido do próprio, a identidade do autor da fuga de informação que deu origem ao maior escândalo de espionagem recente. “Não tenho intenções de me esconder, porque sei que não fiz nada de errado”, afirmou Snowden, que também disse ter consciência das possíveis repercussões legais do que fez.
Em entrevista ao Guardian, Snowden afirmou várias vezes não querer ser uma figura mediática. “Não quero atenção pública, porque não quero que a história seja sobre mim. Quero que seja sobre o que o Governo dos EUA está a fazer”. Num outro momento, disse não querer “viver numa sociedade que faz este tipo de coisas”.
Snowden era funcionário da empresa de consultoria tecnológica Booz Allen, contratada para prestar serviços à Agência de Segurança Interna. Vivia no Havai com a namorada e tinha o que descreveu como uma “vida confortável”, com um salário de 200 mil dólares anuais.
Há três semanas, fez os prepartivos finais para a fuga de informação. Copiou os documentos que viria a passar aos media, pediu às chefias para estar um período fora do trabalho, alegando que precisava de fazer tratamentos para a epilepsia com que foi diagnosticado no ano passado, e disse à namorada, sem grandes explicações, que teria de passar um período fora – algo relativamente comum para quem trabalha nos serviços de informação americanos. Voou depois para Hong Kong (pelo “compromisso” da região em relação à “liberdade de expressão e direito a dissidência política") e instalou-se num quarto de hotel, de onde praticamente não saiu.
Os EUA poderão agora avançar para um pedido de extradição. As autoridades chinesas poderão também optar por enviar Snowden de volta ou poderão ter interesse nele como fonte de informação.