O novo pavilhão da Serpentine Gallery é uma nuvem de aço

A estrutura foi desenhada pelo japonês Sou Fujimoto e abre no sábado, para dar aos visitantes dos Jardins de Kensington, em Londres, uma experiência única. Durante todo o Verão

Fotogaleria

Descrever o novo pavilhão da Serpentine Gallery, um dos mais importantes espaços londrinos para a arte e a arquitectura contemporâneas, implica usar metáforas. Foi pelo menos isso que fizeram o seu autor — o japonês Sou Fujimoto — e o crítico de design e arquitectura do diário britânico "The Guardian", Oliver Wainwright.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Descrever o novo pavilhão da Serpentine Gallery, um dos mais importantes espaços londrinos para a arte e a arquitectura contemporâneas, implica usar metáforas. Foi pelo menos isso que fizeram o seu autor — o japonês Sou Fujimoto — e o crítico de design e arquitectura do diário britânico "The Guardian", Oliver Wainwright.

Para Fujimoto, 41 anos, um dos nomes mais importantes da arquitectura japonesa, o pavilhão de 350 metros quadrados construído no relvado em frente à galeria, instalada numa casa neo-clássica, é “uma nuvem de aço”, uma espécie de “neblina” que invade os Jardins de Kensington. Para Wainwright, a estrutura de metal — um anel irregular e semitransparente — é como uma “pérgola de jardim sob o efeito de esteróides”.

O pavilhão, que abre a 8 de Junho e só é desmontado no fim do Verão, é o 13.º de um programa que a Serpentine tem vindo a dedicar à arquitectura, com uma impressionante lista de encomendas de que fazem parte os portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, o brasileiro Oscar Niemeyer, a dupla suíça Herzog e de Meuron e a anglo-iraquiana Zaha Hadid, assim com o artista plástico chinês Ai Weiwei. Sou Fujimoto é o mais novo dos convidados e, segundo Wainwright, é autor de uma das propostas “mais radicais” apresentadas até hoje.

Foto
Ben Stansall/AFP

"Uma nova forma de ambiente"

Num texto breve no "site" da Serpentine, Fujimoto diz que o objectivo do seu pavilhão, que permite a quem entra integrar-se na paisagem, é interpelar o visitante. O arquitecto quer convidá-lo a entrar e a experimentar o espaço à sua maneira, quer que ele se aperceba de que se trata de um lugar onde o natural e o construído se confundem: “É uma nova forma de ambiente. Não é só arquitectural, nem só natural, mas um encontro único dos dois.”

Tal como a maioria dos seus projectos — a N House (Oita, 2008) e a House Before House (Utsunomiya, 2009) são bons exemplos —, o novo pavilhão de Fujimoto, uma massa de metal sem contornos definidos composta por ripas de aço brancas, procura integrar as árvores que o rodeiam, criando um espaço habitável entre o natural e o artificial, esbatendo assim as fronteiras entre as duas dimensões.

À medida que se contorna a estrutura, diz o crítico do "Guardian", as grelhas sobrepostas criam ilusões de óptica, formando “padrões em contante mutação”, como se de um "tartan" (tecido tradicional escocês) tridimensional se tratasse. “Em alguns lugares parece sólido, como uma montanha densa e rochosa; noutros mal se faz notar.”

 Lê o texto completo no PÚBLICO