Inês Viseu: fotógrafa e farmacêutica Entre Margens
Andou pelas Ciências Farmacêuticas, até decidir pegar numa câmara. Hoje, é uma das Fotógrafas Emergentes a expor o seu trabalho no Entre Margens
Embora bracarense, Inês tem Viseu no nome. E, como se perdeu pelo Douro, sempre atrás da câmara, o seu olhar sobre Santa Marta de Penaguião está exposto no Entre Margens. Formada em Ciências Farmacêuticas, Inês afirmou-se como uma das fotógrafas emergentes desta edição.
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Embora bracarense, Inês tem Viseu no nome. E, como se perdeu pelo Douro, sempre atrás da câmara, o seu olhar sobre Santa Marta de Penaguião está exposto no Entre Margens. Formada em Ciências Farmacêuticas, Inês afirmou-se como uma das fotógrafas emergentes desta edição.
Pouco habituada a entrevistas, o seu sorriso nervoso denuncia timidez. A ideia desta exposição assentou, começa por explicar, "sobre as mulheres que têm influência em Santa Marta” e evoluiu para um paralelismo entre o poder da religião e o dessas mesmas mulheres.
Contrariamente a Luís Montanha (outro dos artistas expostos), Inês é uma forasteira. Alguém que chegou de longe, para eternizar Santa Marta com a sua câmara. E contrariamente a Luís, a paixão da fotografia não é algo enraizado. “Foi, assim, uma epifania”, esclarece a também farmacêutica.
A epifania levou-a a tirar o curso de fotografia no Instituto Português de Fotografia, no Porto, em 2011. E a experiência adquirida levou-a até ao Entre Margens. Participou no concurso, foi seleccionada e cumpriu a "masterclass" de um mês, de onde saiu o trabalho que vai agora expôr, em Amarante, de 4 de Julho a 4 de Agosto.
Durante um mês, Inês teve o privilégio de passar os fins de semana “acompanhada por fotógrafos conceituados que orientavam os trabalhos e davam dicas e conselhos valiosos”. E assim, este amor tardio pela fotografia foi crescendo e sendo educado.
Esforço e sacrifício
Neste momento, Inês classifica a sua actividade como “um grande ponto de interrogação” na sua vida. Gostava de fazer dela profissão e até de “entrar pela área de arquivo e documentação de fotografia”. Mas sobre os projectos que tem em mãos, admite que “nada é muito concreto”
A jovem admite que os primeiros anos no percurso de um artista são assim mesmo. Exigem esforço e sacrifício. “Esta não é uma área fácil, mas nenhuma área é fácil actualmente”.
Nesse sentido, iniciativas como o Entre Margens tornam-se "uma oportunidade de estarmos a desenvolver um projecto com fotógrafos conceituados e de os conhecer”, acrescentando que é também “dos poucos projectos que permite a divulgação de novos fotógrafos que estão agora a começar”. Por isso mesmo, “é uma pena estas iniciativas terminarem”.