Morreu Edith, a mulher de Archie Bunker

Actriz Jean Stapleton, que deu corpo a uma das mais populares figuras da TV americana, morreu aos 90 anos, de causas naturais.

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A imprensa americana diz que Stapleton morreu de causas naturais, na sua casa, em Nova Iorque.

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A imprensa americana diz que Stapleton morreu de causas naturais, na sua casa, em Nova Iorque.

Na série, cujo título original era All in the Family e que foi transmitida entre 1971 e 1979, Jean Stapleton vestia a pele de uma dona-de-casa de voz aguda, que desafinava ao piano e tinha uma paciência de Job para aturar o marido preconceituoso, Archie, uma das mais politicamente incorretas personagens da história da televisão norte-americana.

muitos excertos disponíveis online, através do YouTube, por exemplo.

Desconhecida de muitos norte-americanos, Stapleton, nascida a 19 de Janeiro de 1923, foi, contudo, uma bem-sucedida actriz de teatro antes de se tornar um ícone da cultura pop, com o papel desempenhado na série televisiva de Norman Lear, que lhe valeu três prémios Emmy. Ao todo, foi nomeada oito vezes por este papel. A actriz viria a receber mais nomeações, pelo papel de Eleanor Roosevelt, num filme de 1982 sobre a mulher do Presidente Franklin D. Roosevelt, e ainda por uma curta aparição numa película de 1995 ("Grace Under Fire").

Integrou o elenco original de musicais da Broadway, como “Damn Yankees”, “Bells Are Ringing” e “Funny Girl”. Depois de a série acabar, regressou ao teatro e interpretou pequenos papéis em televisão.

Na década de 1990, participou em dois filmes da realizadora Nora Ephron: You Got Mail (1998), com Tom Hanks e Meg Ryan, e "Michael" (1996), com John Travolta.

"Nunca fui uma mulher que liderasse", disse Stapleton uma vez à agência Associated Press. "O que a Edith representa é a dona-de-casa que ainda está agarrada à figura masculina, muito submissa e remetida à casa. É muito ingénua, sem educação para alargar o seu mundo. Tenho esperança que a maioria das donas-de-casa não sejam colo ela", declarou, numa entrevista ao The New York Times, ainda em 1972, ou seja, no segundo dos oito anos em que a série esteve no ar.

A popular série “Uma Família às Direitas” era uma adaptação da série britânica “Til Death Us Do Part”, sobre um casal de classe média e um marido com opiniões racistas.

Stapleton desempenhou o papel de dona-de-casa tradicional, embora ligeiramente excêntrica que, com o tempo, começa a reflectir sobre o feminismo e outros temas sociais polémicos, desencadeando diálogos hilariantes com o seu preconceituoso e conservador marido, interpretado pelo actor Carroll O’Connor.

A série foi um marco cultural tão importante nos Estados Unidos que a cadeira de braços em que O’Connor se sentava semanalmente para as filmagens está agora exposta no Museu Nacional de História Americana, em Washington, DC.