Governo demite gestores ligados à polémica dos swaps

Responsáveis foram convocados para reuniões para serem informados do afastamento do cargo.

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Fim dos complementos significa poupanças de 25 milhões na Metro de Lisboa e na Carris PÚBLICO/Arquivo

O PÚBLICO sabe que os visados foram convocados para reuniões para serem informados do afastamento do cargo. No entanto, nem todos os gestores que hoje estão à frente destas seis empresas (Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris, STCP, CP e Egrep) foram responsáveis pela celebração destes contratos, o que aconteceu entre 2003 e 2011.

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O PÚBLICO sabe que os visados foram convocados para reuniões para serem informados do afastamento do cargo. No entanto, nem todos os gestores que hoje estão à frente destas seis empresas (Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris, STCP, CP e Egrep) foram responsáveis pela celebração destes contratos, o que aconteceu entre 2003 e 2011.

Há, porém, casos em que tal acontece, de que é exemplo o actual presidente da Metro de Lisboa/Carris, objecto de fusão em 2012. José Silva Rodrigues foi líder da Carris, onde foram detectados produtos tóxicos, antes de assumir as novas funções. Também na Metro de Lisboa há o caso de um gestor em funções, Pedro Bogas, que foi vogal da administração da Metro de Lisboa entre 2006 e 2009. Foi nesta última empresa que o IGCP detectou o maior número de swaps especulativos.

O mesmo se passa com o presidente da Egrep, João Pedro Costa do Vale Teixeira, em funções desde 2007. A empresa, que gere as reservas nacionais de produtos petrolíferos, contratou um swap considerado especulativo em 2011.

Poderá ainda haver outras situações, mas não na totalidade das seis empresas. Há muitos casos em que nos conselhos de administração das empresas já não têm hoje assento os administradores que subscreveram estes produtos, como acontece, por exemplo, na CP. O PÚBLICO sabe que no caso desta última empresa não houve convocação para a reunião, tal como aconteceu na Metro do Porto e na STCP.

Os swaps subscritos pelas empresas públicas acumularam perdas potenciais superiores a três mil milhões de euros. Deste valor, 2600 milhões dizem respeito a contratos considerados especulativos (por não se destinarem apenas a cobrir o risco de variação da taxa de juro) e que foram detectados numa auditoria conduzida pelo IGCP.

Esta polémica já tinha levado à saída de dois secretários de Estado do Governo. Paulo Braga Lino, da Defesa, e Juvenal da Silva Peneda, adjunto do ministro da Administração Interna, foram afastados por terem estado ligados à negociação de contratos considerados tóxicos na Metro do Porto e na STCP.