Dia do Corpo de Deus sem feriado assinala-se pela primeira vez
O Governo decidiu suspender dois feriados religiosos e dois civis, com o objectivo de aumentar os esforços para superar a crise económica.
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Este feriado deixa de existir a partir deste ano e pelo menos até 2017, passando as festas religiosas do Corpo de Deus a ser celebradas nos domingos seguintes, à semelhança do que já acontece em muitos países da Europa.
O dia ficará, contudo, marcado por vários protestos. Milhares de trabalhadores deverão participar nesta quinta-feira em greves, concentrações e plenários promovidos pela CGTP contra a retirada de feriados e mostrar se estão disponíveis para uma greve geral em Junho contra as medidas de austeridade impostas pelo Governo.
Até este ano, o Corpo de Deus era um feriado nacional religioso móvel, que se celebrava na segunda quinta-feira a seguir ao domingo de Pentecostes (60 dias após a Páscoa).
No entanto, em 2011, o Governo decidiu reduzir os feriados nacionais, impondo como regra o fim de dois religiosos e dois civis, com o objectivo de aumentar os esforços para superar a crise económica e financeira que o país atravessa.
No início de Maio do ano passado, a República Portuguesa e a Santa Sé chegaram então a acordo sobre a redução dos feriados religiosos e decidiram suspender por cinco anos o feriado do Corpo de Deus e o de Todos os Santos (1 de Novembro). Os dois feriados civis abolidos foram o 5 de Outubro (Implantação da República) e o 1 de Dezembro (Restauração da Independência).
Mas a CGTP-IN promete continuar a lutar contra este acordo assinalando este dia como um “Dia de Protesto e Luta” para demonstrar ao patronato e ao Governo que os trabalhadores do sector privado e da Administração Pública “não desistem de lutar contra o roubo dos feriados e o combate ao trabalho gratuito”.
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, citado pela Lusa, prevê a realização de “milhares de plenários em empresas de todo o país”, que paralisarão a produção durante algumas horas, e que servirão para auscultar e mobilizar os trabalhadores para uma luta geral, pela exigência da demissão do Governo e a marcação de eleições antecipadas.