“A geração do pós-crise vai ajustar contas com os governantes de hoje”, diz Hollande
Medidas concretas para combater desemprego só deverão ser anunciadas a 28 de Junho.
Numa conferência em Paris, dedicada à Europa: As Próximas Etapas, Hollande começou por lembrar Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia, como símbolo de uma “Europa feliz”, para a seguir fazer o retrato de uma região em crise, em recessão, que se interroga ela mesma sobre o seu projecto. Uma Europa que, assume, “hoje não é feliz”.
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Numa conferência em Paris, dedicada à Europa: As Próximas Etapas, Hollande começou por lembrar Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia, como símbolo de uma “Europa feliz”, para a seguir fazer o retrato de uma região em crise, em recessão, que se interroga ela mesma sobre o seu projecto. Uma Europa que, assume, “hoje não é feliz”.
"[As gerações do pós-crise] vão recordar-nos que nós tivemos esperança que, uma vez terminados os estudos, poderíamos ter emprego, uma vida bem sucedida. Não podemos deixar esta geração sem perspectivas”, disse François Hollande, na conferência na Sciences Po, organizada pelo Instituto Berggruen e durante a qual se esperava que fossem apresentadas as medidas do New Deal para a Europa, um plano de combate ao desemprego jovem na Europa.
Como definir novas etapas, como devolver confiança nas instituições europeias e nacionais e nos governantes? Para o Presidente francês tem havido progressos no último ano na zona euro, com “o regresso da confiança” e da estabilidade nos mercados, mas há países ainda com fragilidades e o combate ao desemprego deve ser uma prioridade, para evitar a “ruptura de uma geração”.
E falando numa “Europa de esperança e de protecção”, insistiu: “Temos de agir com urgência, seis milhões de jovens estão desempregados na Europa.” Hollande recordou que uma das medidas na base do New Deal é a utilização de um fundo de seis mil milhões de euros destinados a estimular o emprego jovem. E a intenção é, num máximo de quatro meses após a saída dos licenciados da universidade, que estes “consigam encontrar trabalho ou enveredar por formação complementar". "Todos temos de estar de acordo.”
No mesmo seminário, o ministro português da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, defendeu o envolvimento do Banco Europeu de Investimento (BEI) em projectos que abram caminho ao mercado de trabalho para os jovens, noticiou a Lusa.
Já o ministro francês do Trabalho, Michel Sapin, adiantou que as medidas concretas do plano só deverão ser anunciadas a 28 de Junho, dia em que ocorrerá uma cimeira europeia dedicada ao tema do desemprego jovem.
Citado pela AFP, Sapin afirmou que nessa data “será lançada uma iniciativa concreta e muito forte”, acrescentando que “é necessário que seja dada uma hipótese à juventude”.