"Casa na árvore" portuguesa distinguida nos WA Awards
O projecto “Camping on Air” foi desenvolvido por dois jovens de 27 anos e está entre os 20 mais votados pelo júri do concurso do World Architecture Community
Entre os vencedores do 13º ciclo do concurso internacional de arquitectura promovido pelo portal online World Architecture Community (WAC) encontra-se o projecto “Camping on Air”, da autoria da dupla portuguesa formada por Luís Loureiro e Rui Cunha.
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Entre os vencedores do 13º ciclo do concurso internacional de arquitectura promovido pelo portal online World Architecture Community (WAC) encontra-se o projecto “Camping on Air”, da autoria da dupla portuguesa formada por Luís Loureiro e Rui Cunha.
Escolhida entre milhares de propostas naquela base de dados, esta “casa na árvore” foi desenvolvida nas horas vagas do curso de Arquitectura da Universidade de Coimbra, por dois amigos de 27 anos. Imaginada para os Estados Unidos, o objectivo foi criar, através de um módulo sustentável, um espaço resguardado que privilegia toda a envolvente paisagística.
Um quadrado e uma árvore
Com uma dimensão de seis metros de largura por seis de comprimento, o chão do habitáculo foi projectado em tatami e a cobertura em tela, tal e qual uma tenda de campismo. Tudo o resto seria feito com base troncos de madeira, desde as vigas aos pilares que a sustentam. Por último, o acesso seria possível através de uma escada em corda.
No interior, bancos baixos serviriam de apoio às janelas e, asseguram os arquitectos, será possível ter acesso a recursos básicos como água e luz.
"A ideia é que se dilua na paisagem”, explicou Luís Loureiro ao P3, mas, ao mesmo tempo, que se evidencie o “carácter cénico da peça à medida que nos aproximamos”.
Edificada “com pouco ou nenhum recurso a máquinas”, o jovem garante que é “muito fácil construí-la” e que se trata de uma produção de baixo custo e, por isso mesmo, lamenta que o projecto não passe do papel.
Falta de apoio do Estado
Desiludido com o “sistema pouco claro” dos concursos de arquitectura em Portugal, o conimbricense decidiu emigrar e foi na Suíça que encontrou um emprego estável, num atelier onde se sente valorizado.
“Em Portugal ofereceram-me zero euros por um estágio. Pagar nada ou muito pouco por um trabalho é absolutamente criminoso”, afirma Luís.
Já Rui Cunha trabalha em Lisboa num atelier de arquitectura e sair do pais não é uma hipótese pelo menos a curto prazo. Na opinião do jovem, a arquitectura portuguesa carece de apoios do Estado.
Ainda entre as distinções do WAC está um outro arquitecto português de 46 anos. A proposta “House in Melides”, de Pedro Reis, foi uma das 20 seleccionadas também pelos membros honorários.
Apesar de não terem recebido qualquer prémio monetário, Luís Loureiro frisa que "o mais interessante é o facto de estudantes poderem concorrer contra ateliers e arquitectos de renome".