Palma de Ouro para as actrizes e realizador de La Vie d'Adèle

O júri presidido pelo realizador norte-americano Steve Spielberg escolheu o filme de Abdellatif Kechiche

Fotogaleria

As expectativas confirmaram-se e La Vie d’Adèle Chapitres 1 et 2, do franco-tunisino Abdellatif Kechiche, foi o vencedor da Palma de Ouro da 66.ª edição do Festival de Cannes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As expectativas confirmaram-se e La Vie d’Adèle Chapitres 1 et 2, do franco-tunisino Abdellatif Kechiche, foi o vencedor da Palma de Ouro da 66.ª edição do Festival de Cannes.

O júri quis, com este prémio, homenagear não apenas o trabalho do realizador, mas das duas actrizes, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, nesta adaptação de uma novela gráfica, Le Bleu est une couleur chaude, de Julie Maroh, que conta a educação sentimental e sexual de uma rapariga, no filme chamada Adèle, a partir do coup de foudre por uma Emma de cabelos azuis. A Palma, frisou Steven Spielberg, o presidente do júri, foi para premiar o trabalho de três artistas.

O Grande Prémio foi para Inside Llewyn Davis, dos irmãos Coen, uma recriação da cena folk em Nova Iorque no final dos anos 1950 antes da explosão do fenómeno Bob Dylan.

O júri considerou como Melhor Realizador o mexicano Amat Escalante, que em Heli filma a violência extrema num país, o México, consumido pelo medo.  

O prémio de Melhor Interpretação Masculina foi para Bruce Dern, um dos tesouros do cinema americano dos anos 1970, que em Nebraska, de Alexander Payne, faz o papel de um homem que acredita que ganhou um milhão de dólares e obriga o filho a levá-lo do Montana ao Nebraska.

O prémio de Melhor Interpretação Feminina foi para Bérénice Bejo, pelo seu papel em Le Passé, do iraniano Ashgar Farhadi – uma mulher envolvida num drama conjugal entre o marido de quem se vai divorciar e a nova relação que iniciou.

O chinês Jia Zhangke venceu o Melhor Argumento com A Touch of Sin, enquanto o Prémio do Júri distinguiu Tel Père, Tel Fils, de Hirokazu Kore-Eda, que regressa uma vez mais ao universo da infância com a história de um pai que descobre que o filho que pensava ser dele não é.  

O prémio Câmara de Ouro, que pode ser atribuído a qualquer primeira obra presente no festival, independentemente da secção (e por um júri diferente do do palmarés principal), distinguiu o filme Ilo Ilo, de Anthony Chen, realizador de Singapura.