Polícia sueca vai reforçar efectivos em Estocolmo após quinta noite de distúrbios
Trinta carros foram queimados, duas escolas e a uma esquadra foram incendiadas e oito pessoas detidas. Polícia anunciou que vai mobilizar reforços
"Em termos de dimensão, estão um pouco mais reduzidos, mais calmos", disse o porta-voz da polícia sueca Kjell Lindgren sobre os distúrbios, citado pela agência Reuters.
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"Em termos de dimensão, estão um pouco mais reduzidos, mais calmos", disse o porta-voz da polícia sueca Kjell Lindgren sobre os distúrbios, citado pela agência Reuters.
Ainda assim, a polícia está a pensar concentrar em Estocolmo reforços vindos de outras cidades, a pensar em jogos de futebol que se vão realizar nos próximos dias e também no casamento da princesa Madeleine (a terceira na sucessão ao trono), que se realiza no próximo dia 8 de Junho. A polícia quer manter uma presença forte nas ruas: "Durante dias, semanas, durante o tempo que for necessário", disse o porta-voz.
Nos incidentes da madrugada desta sexta-feira não há registo de feridos, segundo informação da polícia sueca à agência TT.
Em Rinkeby, onde tem havido incidentes desde o início da semana, foram incendiados seis carros, cinco dos quais arderam completamente, segundo um fotógrafo da AFP. Três outros carros foram incendiados em Norsborg.
O incêndio numa esquadra de polícia, em Aelvsjoe, ateado em condições não especificadas pelas agências, foi rapidamente dominado. Segundo os bombeiros, foi também lançado fogo a duas escolas, mas as chamas foram rapidamente controladas. Uma fica em Testa, outra em Kista, perto de Husby, onde a vaga de incidentes começou.
Em Sodertaelje, sul de Estocolmo, foram apedrejados polícias que tinham acorrido ao local depois de serem informados da existência de carros em chamas.
Na noite anterior, os bombeiros tinham sido chamados a acorrer a cerca de 90 focos de incêndio diferentes.
Os acontecimentos dos últimos dias lançaram o debate sobre a integração de imigrantes que representam 15% da população. Os estrangeiros concentram-se principalmente em bairros periféricos das grandes cidades e a taxa de desemprego é entre eles mais elevada do que no resto da população. Em Husby, por exemplo, o desemprego era em 2012 de 8,8% contra 3,6% em Estocolmo.
A vaga de incidentes começou depois de, em Husby, um morador de 69 anos ter sido morto pela polícia em sua casa. A direcção da polícia disse que o homem estava armado e que os agentes agiram em legítima defesa.
Responsáveis de associações locais citados pela imprensa dizem que os autores dos distúrbios acusam as forças de segurança de racismo. A hierarquia policial apelou às vítimas a apresentarem queixa e tem procurado minimizar a gravidade dos incidentes. “Qualquer ferido é uma tragédia, qualquer carro queimado é um fracasso da sociedade […] mas Estocolmo não está a arder”, disse Ulf Johansson, um responsável policial citado pela AFP.
O primeiro- ministro conservador, Fredrik Reinfeldt, defensor da imigração, quis dar no Parlamento a imagem de um país unido. "Eu acho que é perigoso querer retratar a Suécia com um país com uma capital separada das periferias. Não acho que seja verdade. Penso que a linha de separação atravessa Husby – entre a maioria, de um lado, e um pequeno grupo de desordeiros, do outro", disse na quinta-feira.
Incidentes semelhantes aos actuais ocorreram em 2010 em Rinkeby e em Malmoe, no Sul.