Robotarium de Alverca fecha após seis anos de vandalismo
Estrutura desenhada por Leonel Moura custou 100 mil euros. Câmara de Vila Franca de Xira quer construir uma nova casa noutro local.
O projecto, do artista plástico Leonel Moura, consiste numa grande estrutura envidraçada, tipo aquário pintado de amarelo, onde foram colocadas quatro dezenas de robots que, alimentados por pequenos painéis solares, reagiam e movimentavam-se com a aproximação de visitantes.
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O projecto, do artista plástico Leonel Moura, consiste numa grande estrutura envidraçada, tipo aquário pintado de amarelo, onde foram colocadas quatro dezenas de robots que, alimentados por pequenos painéis solares, reagiam e movimentavam-se com a aproximação de visitantes.
A estrutura foi inaugurada a 1 de Junho de 2007 e custou 100 mil euros, comparticipado por fundos comunitários do Programa de Requalificação Urbana. Os actos de vandalismo, desde pedradas nos vidros, tentativas de arrombamento da porta de acesso e até disparos de armas de fogo sobre os vidros à prova de bala, começaram pouco depois da inauguração.
Para evitar mais prejuízos, os robots foram retirados e estão em recuperação no atelier de Leonel Moura. A Câmara de Vila Franca de Xira disse à Lusa que o equipamento “vai ser desactivado” e que “está em análise a construção de um novo Robotarium, de dimensões mais pequenas, a colocar num outro local da freguesia” de Alverca do Ribatejo.
Em declarações à Lusa, Leonel Moura mostra-se resignado perante a situação, considerando que os actos de vandalismo são fruto do momento conturbado que o país atravessa, e elogia a postura da Câmara ao longo dos anos.
Segundo o artista plástico, a peça instalada no Jardim Central do Bom Sucesso continua a ser a única do mundo daquele género e com aquelas dimensões. O Robotarium faz parte, segundo Leonel Moura, dos livros escolares do Brasil e da Coreia do Sul, além de ser dado como exemplo em cadeiras de várias universidades.
Por isso, espera que a Câmara de Vila Franca de Xira queira avançar com a construção de um novo equipamento, mais avançado e com outras condições de segurança. “Não deu certo naquele local, esperemos que resulte noutro”, disse esperançado Leonel Moura.
No Robotarium habitavam pacificamente ratos, tubarões, aranhas, crocodilos e uma flor gigante, que quando detectavam a presença de visitas no exterior aproveitavam para se exibir: uns abriam-se de forma vistosa, outros seguiam a deslocação dos visitantes ou ainda, no caso dos que estavam suspensos no teto, subiam e desciam conforme o seu comportamento fosse mais tímido ou agressivo.<_o3a_p>
A obra foi baptizada pelo autor, aquando da inauguração, de “pequeno jardim zoológico com vida artificial”.<_o3a_p>
Leonel Moura, que desde os anos 90 se dedica à bioarte - arte inspirada na ciência e na biologia - ficou conhecido pelos seus robôs pintores. O artista plástico mostrou-se disponível para colaborar na criação do museu da robótica e ceder alguns dos seus exemplares ao futuro espaço, nomeadamente os que faziam parte do Robotarium que vai ser desactivado.<_o3a_p>