“Não há derrapagem orçamental” em Portugal, diz Wolfgang Schäuble

Ministro alemão das Finanças refere Portugal como um caso de sucesso no combate à crise. “Estamos muito confiantes e não há nenhum problema”, entende.

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Schäuble diz ser preciso “acelerar os esforços” no combate ao desemprego JOHANNES EISELE/AFP

“Nós discutimos isso na semana passada [na reunião do Eurogrupo] e não há derrapagem orçamental, não há nenhuma base real para se dizer isso, não há derrapagem orçamental”, disse Wolfgang Schäuble relativamente a Portugal, após um encontro com o seu homólogo português, Vítor Gaspar.

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“Nós discutimos isso na semana passada [na reunião do Eurogrupo] e não há derrapagem orçamental, não há nenhuma base real para se dizer isso, não há derrapagem orçamental”, disse Wolfgang Schäuble relativamente a Portugal, após um encontro com o seu homólogo português, Vítor Gaspar.

Numa curta declaração aos jornalistas após o encontro bilateral que manteve com o ministro português das Finanças, o governante alemão afirmou que Portugal “está de facto no bom caminho” e que a Alemanha está atenta ao sucesso que o programa de ajustamento português está a ter. “Quando, na Alemanha, abordamos as políticas de combate à chamada crise europeia, falamos sempre da história de sucesso de Portugal. Estamos muito confiantes e não há nenhum problema”, apontou.

Wolfgang Schäuble acrescentou que no encontro com Vítor Gaspar a questão da sétima avaliação da troika ao programa português “nem sequer foi abordada”. “Falámos, sim, do desemprego jovem, que não é um problema português ou alemão, mas europeu”, afirmou.

O ministro da Finanças alemão salientou a necessidade de “acelerar os esforços” a nível nacional e europeu no combate aos “altos níveis desemprego”, especialmente aquele que afecta os jovens. Isto porque, frisou, a Europa “não pode deixar uma geração inteira à espera”. “Temos de ser mais bem-sucedidos nesses esforços”, vincou Schäuble.

O ministro alemão defendeu ainda um reforço do investimento, sobretudo ao nível das pequenas e médias empresas, bem como o desenvolvimento de programas de formação e outros que visam combater esse flagelo. Esforços esses que, segundo o governante alemão, têm der ser coordenados a nível europeu e bilateral, mas que também competem aos ministros responsáveis pela pasta do Trabalho e Emprego desenvolver em cada Estado-membro.

O ministro das Finanças alemão colocou ainda de parte um eventual diferendo com as políticas levadas a cabo pela troika e, em especial, pela União Europeia. “Deve haver um mal-entendido. Nós discutimos os programas, as decisões e propostas da troika e o Governo alemão apoiou-os sempre. E vemos que estas políticas estão a funcionar não só em Portugal como noutros países. Até mesmo na Grécia temos visto uma grande evolução no último ano. Este é um período difícil, e um período de transição”, concluiu Wolfgang Schäuble.