Professores na mobilidade podem perder mais de metade do ordenado

Negociações com o Governo começam quinta-feira

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Reuniões entre o ministério e sindicatos começam esta semana Bruno Simões Castanheira

A primeira ronda de negociações está marcada para quinta-feira, mas Mário Nogueira já classificou esta proposta como “uma vergonha”. Segundo este dirigente sindical, os docentes como os outros funcionários públicos ficarão a receber menos 33% do seu ordenado a partir do momento em que entrem na mobilidade especial, uma redução que sobe para 53% no caso dos docentes que se encontram no topo da carreira, já que o tacto máximo da remuneração naquele regime são três salários mínimos (o equivalente a 1455 euros).

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A primeira ronda de negociações está marcada para quinta-feira, mas Mário Nogueira já classificou esta proposta como “uma vergonha”. Segundo este dirigente sindical, os docentes como os outros funcionários públicos ficarão a receber menos 33% do seu ordenado a partir do momento em que entrem na mobilidade especial, uma redução que sobe para 53% no caso dos docentes que se encontram no topo da carreira, já que o tacto máximo da remuneração naquele regime são três salários mínimos (o equivalente a 1455 euros).

“Para os professores em topo de carreira o corte não é de um terço, mas sim de 52,9%. E, nestes casos, o que dizem que acontece aos professores ao fim de seis meses, para eles acontece logo no primeiro dia”, explicou Nogueira. O plano define ainda que, passado um ano, o corte atinja os dois terços do rendimento actual dos professores. “É um percurso de 18 meses a iniciar em Setembro, até ficarem sem salário ou serem despedidos”, resumiu o sindicalista.

Mário Nogueira considerou ainda como uma “coisa extraordinária” o facto de na proposta se garantir que os docentes em mobilidade especial terão preferência de colocação nos concursos: “O ministério está a dizer que, dentro de três meses, lhes vai cortar entre um terço e metade do salário, que daqui a ano e meio os vai pôr na rua, mas depois diz ‘não se preocupem porque daqui a quatro anos podem concorrer à frente dos outros’”.

O sindicalista avisou que tem poucas esperanças nos resultados das negociações de quinta-feira. “Já não estávamos muito convencidos de haver grandes negociações, mas ainda estamos menos desde que soubemos que também lá iria estar, pela primeira vez, o próprio secretário de Estado da Administração Pública, que é quem no Ministério das Finanças negoceia com os sindicatos e que, nesta matéria, tem sido absolutamente inflexível”, disse.

A Fenprof, que integra a CGTP,  em conjunto com outras sete organizações sindicais anunciou na semana passada um calendário de acções de protesto que passará por uma greve geral de professores no primeiro dia dos exames nacionais do ensino secundário a 17 de Junho, e por greves às reuniões de avaliações marcadas entre 11 e 14 de Junho. A Federação Nacional da Educação, afecta à UGT, anunciará qual a sua posição sobre estas greves ao fim da tarde de hoje.