Obama garante todos os recursos do Governo para a reconstrução em Oklahoma
Novo balanço coloca número oficial em 24 vítimas, incluindo sete crianças.
“A população de Moore tem de saber que o país está com ela, e continuará a acompanhá-la pelo tempo que for preciso”, disse Obama, numa curta declaração ao país esta manhã na Casa Branca.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“A população de Moore tem de saber que o país está com ela, e continuará a acompanhá-la pelo tempo que for preciso”, disse Obama, numa curta declaração ao país esta manhã na Casa Branca.
A Administração já tinha declarado o estado de catástrofe no estado do Oklahoma na segunda-feira à noite, para apressar a mobilização de meios nacionais para o local.
“Todos os lugares vazios que eram quartos e salas serão novamente preenchidos”, prometeu o Presidente, que lamentou a destruição causada pela tempestade e manifestou o seu desgosto com o número de vítimas da catástrofe, “entre as quais crianças que procuravam refúgio no local mais seguro que conheciam”.
“Não conhecemos ainda a total extensão da destruição que ocorreu no Oklahoma”, referiu Obama, que pediu “àqueles que querem ajudar” para o fazerem junto da Cruz Vermelha ou apoiando as instituições do estado – caso de universidades ou organizações religiosas – que montaram centros de acolhimento para a população desalojada.
Entretanto, as autoridades esclareceram que até ao momento foram confirmadas 24 mortes na sequência da tempestade. Entre as vítimas estão sete crianças. O número foi revisto face às informações fornecidas às primeiras horas da manhã e que apontavam para a existência de cerca de 90 vítimas (uma fonte do centro de saúde local explicou que houve uma grande discrepância na contagem "devido à confusão" inicial).
A estação de televisão local KFOR disse que durante a noite foram resgatadas 101 pessoas que se encontravam presas nos escombros de edifícios em ruínas.
De acordo com a direcção regional de saúde, um total de 242 feridos receberam tratamento hospitalar, entre os quais 58 crianças. Os ferimentos incluíam fracturas ósseas, traumatismos musculares e lacerações. Não havia indicação de pacientes em estado considerado muito grave.
O tornado deixou um rasto de destruição em Moore, uma cidade de 41 mil habitantes nos arredores de Oklahoma City, no Sul dos Estados Unidos.
A dimensão dos estragos ainda não está completamente avaliada, mas as descrições apontam para o que pode ter sido um dos maiores tornados de sempre, com diâmetro superior a três quilómetros e velocidades de vento superiores a 300 km/hora.
Na escala Fujita, que mede a intensidade destes fenómenos meteorológicos, o tornado foi classificado como F4, segundo estimativas preliminares, e ao final desta terça-feira o Serviço Nacional de Meteorologia revelou que em pelo menos uma área o tornado atingiu o nível F5 (o mais intenso), o que significa ventos superiores a 322 km/h.
Na análise preliminar, as autoridades americanas tinham estimado que o tornado atingira os 321 quilómetros por hora. Em entrevista à BBC, o meteorologista Rick Smith, do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, afirmou: “É certamente o tornado mais poderoso com que já lidei nos meus 20 anos no serviço de meteorologia.”
A tempestade começou no domingo, dia em que se registaram dois mortos (dois septuagenários que viviam num parque de caravanas) e pelo menos 21 feridos.
As imagens mostram carros completamente destruídos e zonas inteiras cujos edifícios foram desfeitos pelo tornado. Pelo menos uma escola e um centro médico foram evacuados.
Imagens de vídeo, publicadas no Youtube, mostram a violência dos ventos e a dimensão do fenómeno.
Em 1999, diz a Reuters, um tornado causou a morte a 36 pessoas em Moore, cidade que volta agora a ser atingida.
Joe Jolly, um habitante de Moore, disse à rádio pública que o sítio onde mora parece "uma zona de guerra": "Praticamente não tenho casa", contou: "Ainda estou em choque. Foi intenso, não sei o que dizer, foi terrível."
Notícia actualizada às 22h06 Acrescenta que Serviço Nacional de Meteorologia encontrou pelo menos uma zona em que o tornado atingido o nível EF-5, o mais elevado da escala.