Cidadãos de Vila do Conde criam manifesto para salvar mosteiro em risco de ruir
Denominado “unidos pelo mosteiro”, o documento alerta para a “inequívoca importância do monumento” nacional que está fechado, desde há oito anos, e “corre o risco ruir”, explicou à Lusa João Alvão, um dos mentores da ideia.
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Denominado “unidos pelo mosteiro”, o documento alerta para a “inequívoca importância do monumento” nacional que está fechado, desde há oito anos, e “corre o risco ruir”, explicou à Lusa João Alvão, um dos mentores da ideia.
Algumas dezenas de pessoas estiveram presentes neste encontro e, para já, o grupo pretende, dentro de dias, entregar na Assembleia da República uma petição para “denunciar este problema”, explicou João Alvão, adiantando que o documento “já conta, neste momento, com mais de quatro mil assinaturas”.
Além desta iniciativa, o grupo vai organizar, todos os meses, “uma acção de protesto até que o Governo, mais concretamente o Ministério da Justiça”, que tutela o espaço, “faça algo no sentido de travar a deterioração do imóvel”, alertou ainda João Alvão.
A representar a Câmara Municipal de Vila do Conde, esteve José Aurélio Batista que realçou a importância destas iniciativas, porque “dão ênfase e visibilidade ao problema”. O vereador fez saber que o presidente da Câmara reuniu, recentemente, com elementos do Governo e que mostrou a disponibilidade do município para proceder à limpeza do espaço, mas, até agora, “sem qualquer resposta”.
A edilidade espera ainda que “representantes do Ministério da Justiça e técnicos possam vir a Vila do Conde para verem o edifício de perto, de forma a avançarem para possíveis soluções de recuperação e ocupação”, adiantou ainda o vereador.
Foi em 2002 que foi assinada a conversão daquele espaço, que funcionava como centro educativo para menores delinquentes, em sistema de pousada, através de um protocolo realizado entre os ministérios da Justiça e do Ordenamento do Território e da Administração Local.
A Câmara comprometeu-se a elaborar o projecto do novo centro educativo, de forma a deixar o mosteiro livre para o Estado o transformar em pousada. Em Setembro de 2008, o Turismo de Portugal e o Grupo Pestana, proprietário da rede das Pousadas de Portugal, firmaram um contrato para a transformação do imóvel em pousada. O centro educativo foi inaugurado em 2010, mas o mosteiro permanece fechado até hoje.