Sondagem mostra vontade de renegociar ou denunciar acordo com a troika
Apenas 12% dos inquiridos pela Eurosondagem consideram que o memorando de entendimento foi bem elaborado.
Questionados sobre o que Portugal devia fazer face às negociações/imposições da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), 41,5% dos inquiridos defenderam a denúncia do memorando, 41% a renegociação do memorando e apenas 10,8% entenderam que o acordo deve ser cumprido.
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Questionados sobre o que Portugal devia fazer face às negociações/imposições da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), 41,5% dos inquiridos defenderam a denúncia do memorando, 41% a renegociação do memorando e apenas 10,8% entenderam que o acordo deve ser cumprido.
Quase metade dos inquiridos (47,8%) considera que o memorando não devia ter sido assinado e 45,4% entendem que o relacionamento entre a troika e o Governo tem-se caracterizado por uma cedência excessiva do executivo.
De acordo com o estudo da Eurosondagem, apenas 12% dos inquiridos consideram que o memorando de entendimento foi bem elaborado e 9,4% que o relacionamento entre as instituições internacionais e o Governo português tem corrido normalmente. Um terço dos inquiridos (32,9%) diz que a troika tem demonstrado insensibilidade com a situação da economia portuguesa.
Já sobre o futuro, após a retirada da troika, a quarta questão da sondagem, mais de metade dos inquiridos (55,1%) não tem dúvidas que Portugal será um país “em piores condições, com a economia em colapso e mais desemprego”, após o término do programa de ajuda financeira. 11,8% dos inquiridos acreditam que Portugal terá melhores perspectivas de futuro e 14,4% que nada de substancial se terá então alterado.
O estudo de opinião foi efectuado pela Eurosondagem para o Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa, nos dias 13, 14 e 15 de maio, através de entrevistas telefónicas a 1025 residentes em Portugal Continental com 18 anos ou mais.Foram efectuadas 1165 tentativas de entrevistas e, destas, 140 (12,0%) não aceitaram colaborar. O erro máximo da amostra é de 3,06%, para um grau de probabilidade de 95,0 por cento. A amostra foi estratificada por região (norte, centro, sul, Área Metropolitana de Lisboa e do Porto), mas os desdobramentos por região não detectam grandes alterações nas respostas.