Queixas contra serviços de saúde baixam pela primeira vez

Em 2012, perto de oito mil portugueses pediram o Livro de Reclamações em hospitais e centros de saúde, a uma média de 21 queixas por dia.

Foto
A qualidade do atendimento e os tempos de espera excessivos são os principais motivos de queixa Rui Gaudêncio

Cabe à ERS receber e monitorizar todas as queixas escritas nos Livros de Reclamações de instituições de saúde, assim como todas as que lhe são directamente dirigidas por utentes. Contas feitas para o ano passado, houve um total de 7910 reclamações, a uma média de 21 por dia. Este número representa um decréscimo de 8% face às 8634 reclamações apresentadas no ano anterior, naquela que é primeira descida desde que as queixas passaram a ser contabilizadas, em 2006.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Cabe à ERS receber e monitorizar todas as queixas escritas nos Livros de Reclamações de instituições de saúde, assim como todas as que lhe são directamente dirigidas por utentes. Contas feitas para o ano passado, houve um total de 7910 reclamações, a uma média de 21 por dia. Este número representa um decréscimo de 8% face às 8634 reclamações apresentadas no ano anterior, naquela que é primeira descida desde que as queixas passaram a ser contabilizadas, em 2006.

Na lista dos motivos com mais queixas figura, em terceiro lugar, a “Qualidade da assistência de cuidados de saúde” (19,2%), seguida das “Questões financeiras” (9,5%). O relatório de actividades da ERS permite concluir que 39% das reclamações visam apenas dez prestadores de cuidados de saúde, que não são identificados no documento.

Maioria das queixas arquivadas
Quanto ao destino que tiveram as reclamações, em 75,3% dos casos foram arquivadas porque os utentes consideraram razoáveis as alegações apresentadas pelos prestadores reclamados, não tendo também a ERS considerado serem precisas mais diligências. Em 5,8% dos processos de reclamação terminados houve garantia, por parte dos prestadores reclamados, de que seriam adoptadas medidas correctivas. Algumas das reclamações (perto de 3%) foram terminadas por se ter considerado que o caso foi resolvido, seja porque a situação que deu origem à reclamação foi ultrapassada, a pretensão do reclamante foi atendida ou a reclamação não tinha fundamento.

As 268 reclamações que foram objecto de encaminhamento externo (representando 3,5% do total de processos terminados) tiveram como destinatários principais a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Médicos Dentistas.

Em 32 processos de reclamação, considerou-se existir matéria suficientemente grave para justificar a sua investigação mais aprofundada, nomeadamente através de processos de inquérito ou de contra-ordenação.

A Entidade Reguladora da Saúde tem por missão a regulação da actividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde. A maioria das infracções detectadas em 2012 diz respeito à violação de normativos relacionados com o regime de licenciamento (39,7%) e cerca de 33,4% ficaram a dever-se à ausência de registo na ERS. Já as infracções que estão ligadas, de alguma forma, à não existência de Livro de Reclamações e outras obrigações relacionadas com o mesmo, que as entidades têm de cumprir, totalizam 21,5% das infracções.