Suspeito do atentado de Boston terá deixado nota de reivindicação

CBS diz que Dzhokhar Tsarnaev escreveu que o ataque foi vingança pela morte de muçulmanos nas guerras travadas pelos EUA.

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O barco onde Tsarnaev foi capturado

Segundo a CBS, que cita fontes anónimas, Tsarnaev usou uma caneta para escrever no interior do barco, onde se escondeu a sangrar e onde foi encontrado pela polícia quatro dias depois do atentado de dia 15 de Abril.

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Segundo a CBS, que cita fontes anónimas, Tsarnaev usou uma caneta para escrever no interior do barco, onde se escondeu a sangrar e onde foi encontrado pela polícia quatro dias depois do atentado de dia 15 de Abril.

A nota pode resumir-se à ideia de que “quando se ataca um muçulmano, está a atacar-se todos os muçulmanos”, refere a notícia da CBS. Tsarnaev, de 19 anos, descreve nessa mesma inscrição o seu irmão Tamerlan Tsarnaev, 26 anos, que morreu na sequência de um tiroteio com a polícia, como um “mártir” .

“Basicamente, a nota diz que o atentado foi uma vingança pelos crimes contra muçulmanos em países como o Iraque e o Afeganistão e que as vítimas de Boston eram um ‘dono colateral’, da mesma forma que as vitimas inocentes das guerras americanas no mundo também são danos colaterais’”, afirmou o repórter John Miller, que já foi porta-voz do FBI.

Uma porta-voz do FBI em Boston,  Katherine Gulotta, recusou-se a confirmar ou a desmentir a notícia da CBS.

O atentado de Boston provocou três mortos e 264 feridos. Dzhokhar Tsarnaev está detido numa prisão hospitalar e pode vir a ser condenado à morte.

Quando foi detido, Dzhokhar  Tsarnaev foi interrogado pela polícia ainda antes de ser formalmente acusado e de lhe terem sido lidos os seus direitos. Nesse interrogatório já teria falado nas guerras do Iraque e do Afeganistão como motivo que o levou a ele e ao seu irmão a executarem o atentado na maratona. Em tribunal, essas declarações poderão não ser aceites como “confissão”, mas a nota que agora supostamente foi encontrada pode constituir uma prova admissível da culpa de Dzhokhar  Tsarnaev, sublinha o New York Times.