Neste ano não haverá comboio a vapor na linha do Douro
Redução de custos leva a CP a substituir a locomotiva a vapor por uma máquina a diesel no comboio turístico entre Régua e Tua.
Em seu lugar, a CP vai utilizar uma locomotiva a diesel, pintada com as cores originais dos anos sessenta, mantendo o mesmo percurso, mas baixando os preços da viagem de 45 para 35 euros.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em seu lugar, a CP vai utilizar uma locomotiva a diesel, pintada com as cores originais dos anos sessenta, mantendo o mesmo percurso, mas baixando os preços da viagem de 45 para 35 euros.
A empresa promete, no entanto, que o comboio a vapor regressará em 2014, depois de reconverter a locomotiva 0186, que deixará de trabalhar a carvão, passando o aquecimento da caldeira a ser feito com a queima de diesel. O resultado será o mesmo: a tracção será a vapor e deitará fumo como os comboios de antigamente, se bem que os nostálgicos dessa era lamentem que já não se sinta o cheiro do carvão.
Para a CP, porém, isso representa um diminuição significativa dos custos de produção. O comboio a vapor no Douro foi lançado em 1998 e está longe de ter proporcionado lucros à empresa. Só nos últimos cinco anos acumulou 370 mil euros de prejuízos, o que levou a CP a ponderar acabar com o serviço.
No entanto, segundo fonte oficial da empresa, esta considerou “que a importância do produto justifica a sua continuidade, pelo relevo que assume ao nível do turismo da região, da imagem da CP, em particular, e da ferrovia em geral”. Daí a opção pelo meio termo, que será a manutenção do comboio turístico com uma locomotiva a diesel, que é mais barata do que a vapor, regressando a velha 0186 aos carris do Douro no próximo ano.
A CP diz que em 2012 o comboio turístico foi muito afectado pelas greves dos maquinistas às horas extraordinárias, o que levou a que a empresa, em alguns dias, tivesse de substituir a tracção a vapor por diesel. Essa condicionante, que apanhou muitos clientes desprevenidos, mais os dias em que não houve comboio por motivo de greve, e ainda a retracção económica, levou a que no Verão passado o número de passageiros ficasse aquém dos 2000, contrariando a média dos últimos anos.
A eventual interrupção deste serviço já tinha sido colocada há dois anos, devido aos seus constantes prejuízos, tendo a CP assumido então que estava em causa a continuidade do comboio histórico.