Presidente do IGCP diz que poupanças com swaps são de 205 milhões

Governo tinha divulgado inicialmente que a poupança conseguida com negociações rondava 500 milhões de euros.

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Decisão formal de reversão do contrato de subconcessão tinha sido comunicada à empresa em Janeiro Pedro Cunha

Numa audição que está a decorrer no Parlamento, o responsável referiu que foram liquidados até agora 36 contratos, dos quais 23 classificados como especulativos, que tinham “um valor de mercado próximo de 718 milhões de euros” em perdas potenciais.

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Numa audição que está a decorrer no Parlamento, o responsável referiu que foram liquidados até agora 36 contratos, dos quais 23 classificados como especulativos, que tinham “um valor de mercado próximo de 718 milhões de euros” em perdas potenciais.

João Moreira Rato acrescentou que, desse valor, “513 milhões foram pagos pelas empresas, com uma poupança de 205 milhões em perdas potenciais”. Este montante não corresponde ao valor anunciado, no final de Abril, pela secretária de Estado do Tesouro.

Também numa audição no Parlamento, Maria Luís Albuquerque afirmou que as perdas potenciais tinham sido reduzidas em cerca de 500 milhões de euros com a liquidação de produtos tóxicos (14, das empresas Metro de Lisboa e Metro do Porto) e de contratos swap tradicionais (que servem o propósito de cobrir o risco de oscilação das taxas de juro).

O Diário Económico noticiou, entretanto, que o presidente do IGCP explicou, à saída da audição, que os 205 milhões de euros de poupança que referiu acrescem aos 500 milhões anunciados inicialmente pelo Governo.

A denúncia destes contratos surgiu na sequência das negociações com três bancos: Crédit Suisse, Barclays e Nomura. O Governo está a negociar com outras três instituições financeiras (Deustche Bank, Goldman Sachs e BNP Paribas), como confirmou o presidente do IGCP, sublinhando que “potencialmente poderá chegar-se a acordo”. Como o PÚBLICO noticiou na semana passada, já existe um acordo de princípio com o BNP, cujos contratos acumulam perdas potenciais de cerca de 100 milhões de euros.

Há ainda outros dois bancos, o Santander e o JP Morgan, com os quais o executivo decidiu encerrar sem sucesso as conversações. No entanto, o PÚBLICO sabe que o banco norte-americano tentou reatar o diálogo.