Cavaco: “É preciso evitar exposições públicas de divergências” na coligação

Presidente da República lembra as “dificuldades normais” das coligações, mas afirma, relativamente à taxa sobre as pensões, que “há limites de dignidade”.

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Cavaco visitou exposição dos carros dos presidentes da República, no Porto Adiano Miranda

“Um governo de coligação não é uma planície sem escolhos, exige espírito de compromisso” e “pôr em primeira linha o interesse nacional”, afirmou o Presidente da República, no final da cerimónia de entrega dos Prémios BIAL 2012, que decorreu no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto.

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“Um governo de coligação não é uma planície sem escolhos, exige espírito de compromisso” e “pôr em primeira linha o interesse nacional”, afirmou o Presidente da República, no final da cerimónia de entrega dos Prémios BIAL 2012, que decorreu no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto.

Questionado sobre as tensões no Governo que marcaram os últimos dias em torno da nova taxa de sustentabilidade das pensões de reforma, Cavaco tentou desdramatizar o assunto. “A informação que recebo de um lado e do outro – e julgo estar bem informado – não coincide com a que é publicada” e “não é muito diferente” entre si, frisou aos jornalistas.

Mas também deixou perceber o desconforto com a publicitação das divergências, ao insistir que “é preciso evitar exposições públicas”   sobre elas. “As questões do Governo têm de ser resolvidas dentro do Governo”, sublinhou.

Para Cavaco Silva, os custos de uma crise política “seriam muito elevados”: “De acordo com a informação que recebo, seria grande o risco de Portugal resvalar para uma situação semelhante à de outros países que se encontram em situação muito pior do que nós.”  

Mas no que respeita à matéria de facto que está na origem dessas divergências – a nova taxa de sustentabilidade sobre as pensões – Cavaco Silva reafirmou a sua opinião: “Há limites da dignidade que não podem ser ultrapassados”
.
 Este grupo tem sido duramente atingido nos últimos tempos no nosso país e é um grupo que já não tem hipótese de encontrar um novo rumo de vida” , afirmou o Presidente.

O Presidente da República disse esperar que seja cumprido o que lhe foi dito, que os reformados e pensionistas não serão mais sobrecarregados.

Para Cavaco Silva, as pessoas não podem acumular expectativas ao longo da vida que depois não são cumpridas.