Uma temporada sem troféus foi fatal para Roberto Mancini
Treinador italiano dispensado pelo Manchester City a poucos dias do final da época e exactamente um ano após ter guiado os citizens até ao título na Premier League pela primeira vez em 44 anos.
Bastaram 365 dias para Mancini passar de bestial a besta. 13 de Maio de 2012: o Manchester City recebe o Queens Park Rangers e vence por 3-2, com os golos de Dzeko e Agüero, no tempo de compensação, a darem a volta ao marcador, garantindo o regresso dos citizens aos títulos de campeão na Premier League, 44 anos depois (algo que os adeptos lembraram no jogo desta terça-feira). 13 de Maio de 2013: o clube anuncia o despedimento do treinador italiano, por “não ter conseguido atingir qualquer dos objectivos traçados, à excepção da qualificação para a Liga dos Campeões na próxima época”.
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Bastaram 365 dias para Mancini passar de bestial a besta. 13 de Maio de 2012: o Manchester City recebe o Queens Park Rangers e vence por 3-2, com os golos de Dzeko e Agüero, no tempo de compensação, a darem a volta ao marcador, garantindo o regresso dos citizens aos títulos de campeão na Premier League, 44 anos depois (algo que os adeptos lembraram no jogo desta terça-feira). 13 de Maio de 2013: o clube anuncia o despedimento do treinador italiano, por “não ter conseguido atingir qualquer dos objectivos traçados, à excepção da qualificação para a Liga dos Campeões na próxima época”.
191 jogos (113 vitórias) depois, Mancini deixa o Manchester City. Para trás ficam três troféus – Taça de Inglaterra em 2010-11, Premier League em 2011-12 e Supertaça inglesa em 2012 –, num clube que vivia em “seca” há várias décadas.
“É com pesar que o Manchester City anuncia que Roberto Mancini foi dispensado das suas funções de treinador”, podia ler-se no comunicado do clube, publicado na página oficial dos citizens na Internet na segunda-feira à noite. Já nesta terça-feira, o City anunciou que o adjunto David Platt também saiu, após rejeitar uma proposta do clube para continuar: “Decidiu abandonar as suas funções e acompanhar o seu bom amigo Roberto Mancini”.
E, com isto, os dois rivais de Manchester preparam-se para iniciar a próxima temporada com treinadores novos. No United, Ferguson colocou um ponto final no seu reinado e será rendido por David Moyes. No City, Mancini foi despedido a duas jornadas do fim e Manuel Pellegrini é apontado como seu sucessor. O italiano foi o 14.º treinador (sem contar com interinos) a liderar o City no período durante o qual Ferguson esteve no comando do United.
Para além de uma fraca defesa do título (os red devils sagraram-se matematicamente campeões a quatro jornadas do fim da Premier League), as principais críticas feitas a Mancini prendem-se com a má prestação na Liga dos Campeões: esta época os citizens ficaram no último lugar do Grupo D (com Borussia Dortmund, Real Madrid e Ajax), sem qualquer vitória. A isto juntou-se o mau ambiente no balneário, com incidentes a acumularem-se entre treinador e jogadores. Tevez e Balotelli foram alguns dos que enfrentaram Mancini publicamente, mas o mal-estar afectou vários outros elementos.
A derrota (0-1) às mãos do Wigan, na final da Taça de Inglaterra, foi a gota de água que fez transbordar o copo dos responsáveis do Manchester City – no caso, o xeque Mansour Bin Zayed, membro da família real de Abu Dhabi que comprou o clube em Agosto de 2008, tendo desde então investido largas centenas de milhões de euros em contratações.
O senhor que se segue no comando técnico do Manchester City deverá ser o chileno Manuel Pellegrini, cujo nome tem sido apontado com insistência. A cumprir a terceira temporada no Málaga, o técnico conseguiu levar os andaluzes à Liga dos Campeões – só pararam nos quartos-de-final, eliminados pelo Borussia Dortmund. “Manuel Pellegrini saberá exactamente como se sente Roberto Mancini”, lia-se numa análise publicada no diário britânico The Guardian: “O técnico chileno foi corrido do Real Madrid em circunstâncias semelhantes às experimentadas pelo treinador do Manchester City”.