Semedo diz que "o cisma" de Portas não durou uma semana
Perante o anúncio de um Conselho de Estado para a semana, o líder do Bloco de Esquerda diz que nem o apoio do Presidente da República será suficiente perante um Governo em desagregação.
Na semana passada, Portas dirigiu-se ao país e afirmou que a contribuição sobre as pensões seria "uma fronteira" que não poderia deixar passar.
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Na semana passada, Portas dirigiu-se ao país e afirmou que a contribuição sobre as pensões seria "uma fronteira" que não poderia deixar passar.
"A palavra, o compromisso, a honra, o cisma, a fronteira do dr. Paulo Portas não resistiu uma semana", criticou João Semedo. O líder do BE comentava assim a reunião do Conselho de Ministros deste domingo, considerando que constituiu "uma rendição do Governo à troika" e uma "rendição do dr. Paulo Portas ao PSD".
Semedo criticou aquilo que considera ser uma estratégia de "troca pública de acusações de pequena intriga, de pequena política entre ministros do PSD e do CDS-PP", a propósito da taxa aplicável sobre as pensões, na sequência da sétima avaliação do memorando.
Para o Bloco, o avanço dessa medida irá traduzir-se numa redução efectiva do poder de compra e do nível de vida dos reformados. O líder do partido voltou a acusar o Governo de "falta de consciência social", mas mostrou-se confiante de que este executivo "tem os dias contados" porque está em "desagregação".
Já sobre a convocação do Conselho de Estado, tornada pública nesta segunda-feira por Cavaco Silva, Semedo defendeu que "nem o apoio do Presidente da República" conseguirá manter este Governo.
"Nós não temos dúvidas de que este Governo não tem condições políticas, nem o apoio do Presidente da República será suficiente", disse, acrescentando que "o futuro do país não depende nem do Presidente da República nem do Conselho de Estado".
"Esta maioria e esta coligação estão condenadas porque governam contra o país e contra as pessoas, e isso é que determinará o fim deste Governo", rematou o líder do Bloco.