Sócrates: “A credibilidade de Portas ficou arrasada”
Comentador da RTP diz que fronteira de consciência do líder do CDS-PP sobre a taxa de sustentabilidade “durou uma semana”.
“A credibilidade do doutor Paulo Portas ficou arrasada”, disse Sócrates, no seu habitual comentário na RTP. Para o ex-líder socialista, o Conselho de Ministros deste domingo serviu para “assinalar com pompa e circunstância que a fronteira de consciência do doutor Paulo Portas durou uma semana”.
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“A credibilidade do doutor Paulo Portas ficou arrasada”, disse Sócrates, no seu habitual comentário na RTP. Para o ex-líder socialista, o Conselho de Ministros deste domingo serviu para “assinalar com pompa e circunstância que a fronteira de consciência do doutor Paulo Portas durou uma semana”.
Sócrates defendeu que “nenhuma circunstância mudou” desde a última semana, quando Portas disse que aceitar a nova taxa sobre as pensões era uma fronteira que não podia ultrapassar - a taxa vai fazer parte do acordo com a troika como medida facultativa, que será aplicada caso o Governo não encontre alternativas. “Paulo Portas vai precisar de mais do que uma pirueta retórica para explicar” esta posição, disse Sócrates, acrescentando que as pessoas que ouviram o líder do CDS há uma semana “devem ter ficado com a sensação de terem sido atraiçoadas”.
Num ataque cerrado ao líder do CDS, Sócrates acusou ainda Portas de já ter deitado para o lixo todas as suas bandeiras políticas, ao permitir um aumento de impostos, depois de ter escrito aos militantes do seu partido a dizer que já se tinha chegado ao limite da carga fiscal . “Não havia uma parte boa e uma parte má da coligação. As duas são realmente más”, argumentou.
Quanto ao actual momento político, Sócrates falou de um Governo “completamente assustado”, “isolado socialmente” e sem “juízo”, para concluir que já se entrou num estado de “pântano político”: “Nesta governação tudo é movediço. Temos uma maioria, temos dois Governos e este Presidente. É o que eu chamo um pântano político.”
Comentando a reforma do Estado anunciada por Passos Coelho, José Sócrates defendeu também que o Governo quer passar “uma fronteira gravíssima”, ao pretender cortar nas pensões, no âmbito da convergência entre a Caixa Geral de Aposentações e a Segurança Social.
“[Esta medida] põe em causa o sistema público de pensões”, acusou Sócrates, manifestando-se convicto de que esta proposta vai “esbarrar no Tribunal Constitucional”. E o mesmo disse sobre o novo regime de mobilidade especial, limitado a 18 meses, após os quais os funcionários públicos ficarão sem vencimento.