Seguro acusa Passos de mentir e violar promessas feitas aos funcionários públicos

Líder do PS diz que nada mina mais a confiança dos eleitores do que promessas por cumprir.

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Seguro Rui Farinha

“O primeiro-ministro disse há dois anos antes de começar de começar a campanha eleitoral (…) que tinha feito as contas e que estava em condições de garantir ao país que com ele não haveria despedimentos, nem redução de salários na função pública. Há alguma coisa que mine mais a confiança entre os eleitos e os eleitores do que uma mentira ou de uma promessa não cumprida, que é a mesma coisa? Não há”, acusou o secretário-geral do PS, António Seguro.

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“O primeiro-ministro disse há dois anos antes de começar de começar a campanha eleitoral (…) que tinha feito as contas e que estava em condições de garantir ao país que com ele não haveria despedimentos, nem redução de salários na função pública. Há alguma coisa que mine mais a confiança entre os eleitos e os eleitores do que uma mentira ou de uma promessa não cumprida, que é a mesma coisa? Não há”, acusou o secretário-geral do PS, António Seguro.

Durante um discurso de mais de 20 minutos na Alfândega do Porto, no âmbito da apresentação oficial da candidatura de Manuel Pizarro (PS) à Câmara do Porto nas próximas autárquicas, António José Seguro recordou as “promessas violadas” de Pedro Passos Coelho para com os funcionários públicos e defendeu aqueles trabalhadores.

“Os funcionários públicos dão o seu melhor para que as funções públicas, as funções do Estado, sejam elas na Educação, nos hospitais, nos centros de saúde, na segurança social, possam corresponder com qualidade a uma boa prestação e a um bom serviço a todas e a todos os portugueses”.

Seguro classificou ainda de inaceitável o facto de o Governo estar a criar “um cisma em relação aos funcionários públicos portugueses”, “pondo trabalhadores do privado contra trabalhadores do público.

A taxa que se pretende lançar sobre os idosos e a aplicação de um corte de 10%, “ou mais, não sabemos, porque o primeiro-ministro não explica”, sobre os reformados da caixa geral de aposentações, foi outro dos pontos em que o secretário-geral do PS se concentrou.

“Pergunto-vos, uma pessoa que trabalhou a vida inteira, que chegou à idade da reforma, que planeou a sua vida e que, no final da sua vida, lhe dizem olhe agora dê cá 10%, ou 15% ou 20% da sua reforma. Isto tem justiça, isto tem equilíbrio?”, questionou o líder socialista, recordando que as pessoas estão a “passar por enormes dificuldades” e que muitos dos reformados são o “sustento de muitas famílias”.

António Seguro declarou que “este Governo é um Governo desnorteado”, que “é um “Governo que não quer saber das pessoas”, e reiterou que a política de austeridade de Passos Coelho não resolve “nenhum dos problemas” e só “agrava a crise do ponto de vista social e do ponto de vista da economia” portuguesa.

Segundo António José Seguro, desde que Passos Coelho é primeiro-ministro, Portugal perdeu “mais de 450 mil postos de trabalho”, e em relação às previsões do Governo, sobre os gastos com subsídios de desemprego em 2012, Portugal teve de pagar a mais “500 milhões de euros”.

“Sabem quanto é que o país deixou de receber em contribuições para a segurança social, por via de falências e de postos de trabalho que deixaram de existir? 700 milhões de euros”, acrescentou o líder do PS, que depois de fazer as somas, indicou que o Governo se enganou em “1250 milhões de euros” em relação às próprias previsões.

Seguro disse que “governar é olhar para as pessoas” e assumiu que “tem os pés bem assentes na terra” e que apesar de não ter “nenhuma varinha mágica”, nem “nenhuma poção mágica” para resolver os problemas do país, asseverou que “há uma alternativa”.

“Há um caminho alternativo”, afirmou, referindo que a sua prioridade é o "emprego" e que está convicto de que só se salvará Portugal se se salvar os portugueses.