Dois astronautas repararam fuga de amoníaco na Estação Espacial Internacional

Os norte-americanos Chris Cassidy e Tom Marshburn substituíram a bomba onde se suspeitava que estivesse a ocorrer a fuga. Sistema vai ser monitorizado durante duas semanas para garantir que o problema foi resolvido.

Foto
Astronautas saíram da estação e fizeram uma "caminhada" espacial sem precedentes AFP/NASA

A fuga tinha sido detectada na quinta-feira às 16h30 (hora de Lisboa). A NASA garantiu que os seis astronautas a bordo não estavam em risco, mas preferiu consertar a falha antes do regresso a Terra de três dos tripulantes, prevista para segunda-feira. A operação começou às 13h44 e terminou às 19h14 (hora de Lisboa).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A fuga tinha sido detectada na quinta-feira às 16h30 (hora de Lisboa). A NASA garantiu que os seis astronautas a bordo não estavam em risco, mas preferiu consertar a falha antes do regresso a Terra de três dos tripulantes, prevista para segunda-feira. A operação começou às 13h44 e terminou às 19h14 (hora de Lisboa).

A ISS tem quatro grandes estruturas de painéis solares que fornecem energia eléctrica a toda a estação. O sistema de refrigeração precisa de 18,14 quilos de amoníaco para funcionar normalmente. Suspeitava-se que a fuga estivesse no segmento P6 da grande armação da ISS, na extremidade de trás da estação, onde fica um dos painéis. No entanto, apesar de terem dado a operação como bem sucedida, os astronautas não conseguiram detectar o local exacto da fuga.

Cassidy e Marshburn, dois veteranos com experiência em situações do género, não encontraram sinais de corrosão ou outros que justificassem a fuga, segundo o jornal britânico The Telegraph. Mesmo assim, os controladores espaciais que estavam em contacto com os astronautas no Johnson Space Center, em Houston, Estados Unidos, decidiram avançar com a substituição da bomba. “Não há nada a perder”, explicou o chefe da missão citado pelo The Telegraph.

A fuga de amoníaco obrigou a desligar um dos sistemas que fornecem electricidade à estação. Após substituírem a bomba, os astronautas fizeram um compasso de espera para ver se detectavam flocos de amoníaco depois de o sistema ser religado. “Não há flocos”, disse Cassidy.

Numa conferência de imprensa ao final da tarde deste sábado, os responsáveis da NASA admitiam não ter a certeza absoluta de que a nova bomba tenha resolvido o problema por completo, pelo que o sistema vai continuar a ser monitorizado pelo menos durante as próximas duas semanas.

Esta foi a 168.ª “caminhada” espacial na ISS e é considerada uma operação sem precedentes: em circunstâncias normais demoraria dias ou semanas a ser preparada, mas desta vez tudo foi planeado em menos de 48 horas. A fuga foi detectada na quinta-feira à tarde e os controladores espaciais tiveram pouco tempo para diagnosticar o problema e a tentar arranjar uma solução.

Esta não foi, porém, a primeira situação do género naquela estação. Em 2007 deu-se uma pequena fuga de amoníaco no mesmo local, que só ficou resolvida com uma saída espacial em 2012.

No domingo, o comandante Chris Hadfield, que é o primeiro canadiano a liderar a estação internacional, passa a pasta ao cosmonauta russo Pavel Vinogradov. Hadfield, Marshburn e o cosmonauta Roman Romanenko, que estão na estação desde Dezembro, devem abandoná-la na segunda-feira. Serão substituídos pelo astronauta da NASA Karen Nyber, o italiano Luca Parmitano e o russo Fyodor Yurchikhin, com partida marcada para 28 de Maio.