Brasil precisa de médicos portugueses

Ministro da Saúde brasileiro anuncia planos para recrutar milhares de profissionais estrangeiros para regiões remotas do país.

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Portugal também recrutou nos últimos anos vários médicos no exterior PÚBLICO

"Como ministro da Saúde, não vou ficar vendo a situação de Espanha e Portugal – que têm médicos de muita qualidade, que falam português e que vivem uma situação de 30% de desemprego – sem pensar em alternativas de intercâmbio para trazer esses profissionais", anunciou o governante na última terça-feira. "Esse é um dos nós mais críticos para levar a saúde para a população. Não se faz saúde sem médicos. O Brasil precisa de mais médicos com mais qualidade e mais próximos da população", justificou.

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"Como ministro da Saúde, não vou ficar vendo a situação de Espanha e Portugal – que têm médicos de muita qualidade, que falam português e que vivem uma situação de 30% de desemprego – sem pensar em alternativas de intercâmbio para trazer esses profissionais", anunciou o governante na última terça-feira. "Esse é um dos nós mais críticos para levar a saúde para a população. Não se faz saúde sem médicos. O Brasil precisa de mais médicos com mais qualidade e mais próximos da população", justificou.

Há muito que o Brasil se vem debatendo com dificuldades em atrair profissionais de saúde para regiões periféricas, o que levou o Governo a adoptar nos últimos meses um pacote de medidas para tentar mitigar o problema. Além do recrutamento no exterior, Padilha anunciou também o aumento de vagas nos cursos superiores de Medicina ou um programa de salários mais elevados – até um máximo de oito mil reais, ou três mil euros – para os médicos que aceitem trabalhar no interior e nas periferias das cidades. Até agora, apenas quatro mil médicos aceitaram integrar este programa, um valor considerado insuficiente pelo Governo de Brasília e que está longe de conseguir resolver o problema da insuficiência de clínicos nestas regiões.

Dados do Ministério da Saúde brasileiro mostram que no Brasil há 1,8 médicos por cada mil habitantes, um rácio bem longe dos quatro médicos por mil habitantes nos países ibéricos ou dos 3,2 na vizinha Argentina.

O recrutamento de médicos estrangeiros para suprir carências em especialidades e regiões onde eles mais faltam não é novo e tem sido seguido em diversos países – incluindo Portugal, que atraiu nos últimos anos dezenas de médicos oriundos sobretudo de Espanha, Cuba e Uruguai. Em Inglaterra e no Canadá, por exemplo, 40% e 22% dos médicos que ali trabalham são estrangeiros, respectivamente. No Brasil, essa percentagem fica-se pelos 1%.