Autoridades usam vacas para tentar atrair os dois touros que andam à solta nos montes de Viana
Esta quinta-feira os animais chegaram a estar a cerca de três metros dos militares da GNR, mas escaparam enquanto se esperava pela veterinária.
Os bichos, com menos de dois anos de idade, mais de 500 quilos, e um deles muito agressivo, foram vendidos a um talho de Ponte de Lima. Segunda-feira, cerca das 18h30, quando eram conduzidos ao camião que os levaria para abate, conseguiram fugir. O mais violento soltou-se das cordas que o prendiam e puxavam para o interior do veículo e irrompeu campo fora, sem parar. O outro, que já se encontrava dentro do camião, no meio da confusão acabou por fugir também.
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Os bichos, com menos de dois anos de idade, mais de 500 quilos, e um deles muito agressivo, foram vendidos a um talho de Ponte de Lima. Segunda-feira, cerca das 18h30, quando eram conduzidos ao camião que os levaria para abate, conseguiram fugir. O mais violento soltou-se das cordas que o prendiam e puxavam para o interior do veículo e irrompeu campo fora, sem parar. O outro, que já se encontrava dentro do camião, no meio da confusão acabou por fugir também.
Esta quinta-feira à tarde voltaram a ser avistados cerca das 15h na freguesia de Outeiro a mais de três quilómetros da quinta de onde fugiram. Os militares deslocaram-se para o local e chegaram a estar a cerca de três metros dos animais. Assustados com as movimentações dos guardas e de pessoas que se juntaram no local, acabaram por se afastar. Mesmo já mais embrenhados no monte, permaneceram, durante algum tempo na mira dos militares, mas faltava a veterinária da DGAV, para supervisionar as operações.
Esta chegou cerca das 17h15, mas por essa altura já não havia rasto dos dois touros avaliados em cerca de 2.500 euros. Já na presença da veterinária foi definido novo plano de captura, agora com recurso a fêmeas que os possam fazer descer dos montes. O funcionário do talho de Ponte de Lima que adquiriu os animais ao criador de Perre, freguesia rural do concelho de Viana, vai participar na operação. Manuel Ferreira diz que é a “única” solução”.
“Se descerem do monte é fazer umas lançadas, meter o camião e tentar encurralá-los” explicou Manuel Ferreira. Caso contrário e, em último recurso, será necessário abater os animais. “Se tiverem que ser abatidos tem que ser pela GNR. Depois é ir directo para o matadouro para serem inspeccionados para ver se podem ser aproveitados”.
Há mais de 30 anos que Manuel Ferreira “lida” com animais e, garantiu, nunca se viu confrontado como uma situação destas. Há mais de oito anos que “tira” animais na quinta de Manuel Farrinhoto, mas violento como um dos touros fugidos nunca tinha visto. “Cheguei a ter os dois dentro do camião mas arrebentaram com tudo e fugiram”, explicou.
Manuel Farinhoto, é criador de gado há 50 anos. Aos 66 anos de idade decidiu pôr fim ao negócio. Foram os últimos touros que criou e vendeu. Esta tarde, depois da longa espera pela recaptura frustrada, acusava cansaço e desagrado pelo o complicado processo, previsto para este tipo de situação, que, já ontem, tinha admitido envolver muita “burocracia”.
“Se forem avistados tenho que chamar a GNR e depois é preciso contactar várias entidades. Para coordenar tudo isso é difícil e os touros não vão esperar”, adiantou.