Modelo da troika tem de ser alterado mas não já, diz BCE
Membro do Comité Executivo sustenta que é necessário reformular modelo assente num "carácter intergovernamental".
A posição foi assumida por Jörg Asmussen, membro do comité executivo do BCE, perante a comissão dos assuntos económicos e monetários do Parlamento Europeu e em resposta a uma questão da eurodeputada socialista portuguesa Elisa Ferreira.
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A posição foi assumida por Jörg Asmussen, membro do comité executivo do BCE, perante a comissão dos assuntos económicos e monetários do Parlamento Europeu e em resposta a uma questão da eurodeputada socialista portuguesa Elisa Ferreira.
"Para quando o fim da troika?", interrogou-se Elisa Ferreira durante um debate sobre as lições a tirar dos erros cometidos com a definição do programa de ajuda a Chipre e no contexto de uma crítica ao facto de, na troika (composta pela Comissão Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional), não haver "ninguém que seja responsável".
Em resposta, Asmussen afirmou que reconhece "plenamente" a preocupação subjacente à questão, e apontou como deficiência o facto de os mecanismos de socorro aos países em crise serem de carácter "intergovernamental", o que significa que precisam da unanimidade dos 17 países do euro para serem accionados. Na altura (Maio de 2010) "não havia nada disponível" e o modelo "teve de ser feito rapidamente e no quatro do actual Tratado", justificou Asmussen.
Porém, "o modelo tem de ser mudado", mas "não aconselho a alterar o sistema da troika agora no meio da crise (...) porque neste momento não temos alternativa", defendeu. Ao invés, "a longo prazo temos de o mudar", frisou, defendendo que a Comissão Europeia "tem de ser posta no centro" do processo. A afirmação equivale, implicitamente, a retirar o FMI do processo.
Nesta lógica, Asmussen considerou ainda que "a troika poderá acabar quando o Mecanismo Europeu de Estabilidade (o novo fundo europeu de socorro) se tornar numa instituição plena".