Rebeldes sírios usaram gás sarin, afirma Carla del Ponte
Antiga procuradora do TPI para a Jugoslávia disse que comissão de inquérito poderá ainda determinar se regime usou, ou não, armas químicas.
Carla del Ponte explicou que a comissão de inquérito, que deve apresentar os resultados do seu trabalho ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Junho, está longe de terminar a investigação. E acrescentou que poderá também determinar se o regime de Bashar al-Assad usou, ou não, este tipo de armas química na guerra que se prolonga há mais de dois anos.
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Carla del Ponte explicou que a comissão de inquérito, que deve apresentar os resultados do seu trabalho ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Junho, está longe de terminar a investigação. E acrescentou que poderá também determinar se o regime de Bashar al-Assad usou, ou não, este tipo de armas química na guerra que se prolonga há mais de dois anos.
“Segundo os testemunhos que recolhemos, os rebeldes utilizaram armas químicas, fazendo uso de gás sarin”, disse, numa entrevista a uma rádio suiça-italiana na noite de domingo para segunda-feira.
“As nossas investigações deverão ainda ser aprofundadas, verificadas e confirmadas com novos testemunhos, mas segundo o que já pudemos apurar, até agora são os opositores ao regime que usaram o gás sarin”, acrescentou.
O sarin é um potente gás neurotóxico. A inalação, ou o mero contacto com a pele, bloqueia a transmissão de impulsos nervosos e causa a morte por paragem cárdio-respiratória. Meio miligrama basta para matar um adulto.
Os Estados Unidos informaram há dias que os seus serviços de espionagem têm indicações, "com diferentes graus de certeza", de que forças leais ao Presidente sírio terão usado gás sarin "em pequena escala". Mas o Presidente, Barack Obama, quer provas irrefutáveis de Assad usou armas químicas.
A Turquia fez entretanto testes de sangue a refugiados sírios feridos para tentar determinar se foram vítimas de ataques com armas químicas, diz a AFP, citando responsáveis médicos. Os resultados dos testes, realizados por médicos turcos na fronteira, ainda não são conhecidos.
A guerra na Síria causou já mais de 70 mil mortes desde Março de 2011.