Subida do nível dos oceanos ameaça migração de aves
Aves estão a perder território de alimentação e de paragem nas zonas costeiras, com o aumento do nível da água do mar.
Estima-se que com a subida do nível dos oceanos devido às alterações climáticas se perca entre 23% e 40% das principais zonas de alimentação, o que poderá provocar uma quebra de até 70% da população de aves migradoras.
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Estima-se que com a subida do nível dos oceanos devido às alterações climáticas se perca entre 23% e 40% das principais zonas de alimentação, o que poderá provocar uma quebra de até 70% da população de aves migradoras.
O estudo, desenvolvido por uma equipa de cientistas do Programa de Pesquisa Ambiental Nacional australiano (NERP, na sigla em inglês) e publicado na revista Proceedings of the Royal Society, indica que em alguns dos ecossistemas litorais por onde passam os fluxos migratórios vindos da Rússia e do Alasca, com destino às costas do Sudeste da Ásia e da Australásia, registou-se uma perda de 30 a 80% da população.
Algumas das espécies de aves limícolas que estão a sofrer com a perda de território de alimentação e de paragem durante a migração são o fuselo, o pilrito, a tarambola-dourada-pequena ou a seixoeira, indica o estudo.
Richard Fuller, um dos investigadores da equipa do NERP, explica que “as zonas húmidas são extremamente vulneráveis à subida dos oceanos e podem perder-se dentro de algumas décadas”. “Se as aves não puderem parar nessas zonas de reabastecimento, podem não ser capazes de completar a viagem para territórios de nidificação”, continuou Fuller.
Takuya Iwamura, outros dos investigadores que participaram no estudo, explica que se descobriu que o nível do mar subiu 150 centímetros, o que pode resultar numa perda de 35% das zonas costeiras e pode levar ao declínio de até 60% da população de pilritos-de-bico-comprido, maçaricos e seixoeiras.