Tiros no dia da tomada de posse do Governo italiano põem políticos a olhar para Beppe Grilo
Atacante era um desempregado que queria "disparar contra políticos". Novo Governo já se reuniu pela primeira vez
Um dos polícias foi atingido no pescoço, outro foi ferido numa perna. O atirador estava de fato e gravata, a cerca de cinco metros dos polícias. Ficou ferido no ataque, bem como uma mulher grávida que a ia a passar. Mas nenhum dos feridos inspira cuidados especiais, dizem os jornais itlaianos.
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Um dos polícias foi atingido no pescoço, outro foi ferido numa perna. O atirador estava de fato e gravata, a cerca de cinco metros dos polícias. Ficou ferido no ataque, bem como uma mulher grávida que a ia a passar. Mas nenhum dos feridos inspira cuidados especiais, dizem os jornais itlaianos.
O ataque, no entanto, deixou os políticos perturbados. “Se durante meses se investe contra o Governo, qualquer louco o pode fazer”, afirmou o presidente da Câmara de Roma, Gianni Alemanno. “Mesmo que o atirador seja doente, isso não apaga os golpes dos que alimentam um clima de ódio e violência. Quem semeia ódios alimenta tempestades”, afirmou Maurizio Gasparri, vice-presidente do Senado, citado também pelo jornal Corriere della Sera.
Beppe Grilo apressou-se a condenar o ataque: “O M5S é um movimento absolutamente não violento. Solidariedade plena com as forças da ordem e esperemos que seja um episódio isolado”.
O atirador é Luigi Preiti, desempregado de 49 anos, separado da segunda mulher, que tinha voltado a viver com os pais. Sem antecedentes criminais, viciou-se no jogo electrónico videopoker, no qual perdeu as suas economias, conta o La Repubblica.
“Queria alvejar políticos. Depois queria suicidar-se”, afirmou o procurador de Roma, Pierfilippo Laviani, citado pela Reuters. Ia de fato e gravata e com um revólver de calibre 7.65. Como não viu políticos, atirou contra os polícias e atingiu uma mulher grávida. Os feridos estão livres de perigo.
O Conselho de Ministros do novo Governo, formado pelo número 2 do Partido Democrático (PD), Letta, de 46 anos, reuniu-se já pela primeira vez. A sua equipa reúne antigos adversários políticos, incluindo cinco ministros do Povo da Liberdade, o partido de Silvio Berlusconi; ex-ministros de Mario Monti; figuras independentes; e políticos ligados ao PD, que foi o mais votado nas eleições de Fevereiro, mas não conseguiu uma maioria clara que lhe permitisse ultrapassar o voto de confiança no Parlamento que a Constituição exige.
Após dois meses de negociações falhadas entre os líderes dos partidos políticos, Letta foi encarregado de formar Governo na quarta-feira pelo Presidente, Giorgio Napolitano. Entre os 21 ministros estão sete mulheres – um recorde em Itália, um país manifestamente hostil à entrada das mulheres nos círculos de poder. Entre elas estão Emma Bonino, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros; Cecile Kyenge, ministra da Integração, que é a primeira ministra negra num Executivo italiano; e Josefa Idem, ministra do Desporto, nascida na Alemanha e ex-campeã de canoagem.
Letta fez também um esforço de renovação geracional com a sua equipa governamental , que tem uma média de idades de 53 anos.