A moda é muito mais facilmente associada ao consumismo e ao desperdício do que à sustentabilidade ou à ecologia. Mas nos últimos anos, há cada vez mais marcas a tentar inverter a tendência e a imprimir uma consciência ambiental às suas peças.

A moda é muito mais facilmente associada ao consumismo e ao desperdício do que à sustentabilidade ou à ecologia. Mas nos últimos anos, há cada vez mais marcas a tentar inverter a tendência e a imprimir uma consciência ambiental às suas peças.

Os métodos são vários: o uso de tecidos orgânicos, a rejeição das tintas tóxicas, a aposta nos materiais mais duradouros. Enfim, em tudo o que reduza o impacto na pegada ambiental. Até mesmo a reciclagem.

Mas, tendo em conta que, na última edição das principais semanas da moda, o pêlo (verdadeiro, de origem animal) assumiu um novo protagonismo e que as marcas lançam cada vez mais colecções por ano, aumentando assim o consumo de recursos, fica a dúvida se o negócio da moda sustentável será, ele próprio, sustentável.

A Levi’s acredita que sim e apresenta agora a colecção Waste<Less, feita a partir de garrafas de plástico. Sim, daquelas normais, de água ou refrigerantes. Usando um método inovador, a Levi's consegui extrair fibras de poliester, que depois de fundidas com o algodão, dão origem a peças de roupa novas, mas com 28% de plástico reciclado. O resultado, garante a marca, é um tecido mais forte e resistente, e cores únicas, obtidas através da mistura do azul tradicional e da cor do plástico. 

Por outro lado, os suecos da H&M, há alguns anos que apostam no design consciente, com a Conscious Collection. Esta linha ecológica apresenta peças em algodão orgânico, poliester reciclado e tencel (um tecido feito de celulose) a preços acessíveis. Este ano, ganha uma nova força, com a francesa Vanessa Paradis a juntar-se à causa como protagonista da campanha. Mas Vanessa não é a única a apoiar iniciativas do género.

A actriz Emma Watson desenhou, entre 2010 e 2011, três colecções para a People Tree, uma marca de roupa britânica dedicada inteiramente à moda ecológica. Ainda em 2011, colaborou com a designer italiana Alberta Ferretti numa linha de vestidos orgânicos.

Moda ecológica também na "passerelle"

E como a colaboração com Alerta Ferretti prova, a tendência está a crescer, não só nas grandes cadeias de roupa. Cada vez mais designers de renome mostram preocupações ecológicas. John Patrick, por exemplo, apresenta a sua colecção Organic há vários anos na semana da moda de Nova Iorque.

E Stella McCartney tem feito grandes esforços para incorporar os seus hábitos ambientais nas colecções, e promover estas práticas junto dos colegas de profissão. Actualmente, estima-se que 20 a 30% das suas colecções sejam feitas com materiais e técnicas ecológicas. E nas suas colaborações com a Adidas até já apostou em malas e sapatilhas em materiais reciclados.

Iniciativas como o Green Carpet Challange, de Livia Firth, têm desafiado nos últimos anos designers e actores a pensarem no ambiente na hora de escolher os vestidos que levam às passadeiras vermelhas. Tom Ford, Valentino ou Dolce & Gabbana são alguns do que já se renderam, provando que a moda ecológica não tem de sacrificar o estilo em nome do ambiente.