PSD e CDS apelam ao consenso do PS para sair da crise

O CDS virou o discurso para a Europa e também apelou para que os “partidos do arco da governabilidade”, que inclui o PS, estejam “à altura das circunstâncias”.

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Cecília Meireles apontou o crescimento económico como “um pilar decisivo” Rui Gaudêncio

“O grande apetrecho que o sistema democrático contém para o conseguir [reconquistar a autonomia financeira e económica] é o esforço de consenso”, disse Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD. Quando foi anunciado que o discurso do PSD seria de Carlos Abreu Amorim deputados do PS e do PCP abandonaram o hemiciclo.

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“O grande apetrecho que o sistema democrático contém para o conseguir [reconquistar a autonomia financeira e económica] é o esforço de consenso”, disse Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD. Quando foi anunciado que o discurso do PSD seria de Carlos Abreu Amorim deputados do PS e do PCP abandonaram o hemiciclo.

O deputado social-democrata (independente) sublinhou: “Nenhuma reedificação do todo nacional é possível sem que se forje um largo consenso entre os agentes políticos e sociais que não queiram escapulir-se das suas responsabilidades”. E não voltou dirigir-se ao PS, embora nunca referindo o partido. “O consenso extravasa a simples regra da maioria. O consenso não é impelir os demais a seguir a nossa própria visão das coisas”, acrescentou.  

Num discurso em que olhou para o desenvolvimento de Portugal nos últimos 39 anos, Carlos Abreu Amorim reconheceu que o país não conseguiu resolver a desigualdade, as assimetrias regionais. “Um país que após 39 anos de democracia e liberdade não consegue corrigir as assimetrias do território falhou a lógica de um desenvolvimento pleno e legítimo”, afirmou o deputado, que é também candidato à câmara de Vila Nova de Gaia, reconhecendo que se verificou “um falhanço objectivo de todos, mas todos os governos constitucionais”.

CDS reclama visão estratégia da Europa

O CDS virou o discurso para a Europa e também apelou para que os “partidos do arco da governabilidade”, que inclui o PS, estejam “à altura das circunstâncias”. “O que significa saber obter e manter uma concordância básica em relação a questões fundamentais”, afirmou a deputada Cecília Meireles. Sem nunca referir partidos, a ex-secretária de Estado referiu os pontos que deviam aproximar PSD, CDS e PS: “Falamos da dívida, quer pública quer externa, que compromete inexoravelmente as gerações futuras, da permanência na moeda única e da recuperação da soberania”. E sublinhou o consenso: “São questões que exigem de todos nós um mínimo de concordância, um mínimo denominador comum, para que possamos dar ao nosso país um máximo de credibilidade”.

Com um discurso que enfatizou a necessidade de união dos países do Norte e do Sul, a deputada reclamou da Europa “uma visão estratégia, capaz de antecipar problemas, propor soluções e ver com estratégia além do momento presente”.

Cecília Meireles apontou o crescimento económico como “um pilar decisivo”. Só assim, concretizou, se pode “contrariar a fractura social e inaceitável que é o desemprego” e o de permitir “a mobilidade social e abrir caminho a uma sociedade que, com mérito, com esforço e com trabalho se pode ter uma vida melhor”.