Pelo menos 238 mortos em prédio que fabricava roupa para a Primark e Mango
Acidente no Bangladesh chama a atenção para condições de produção de roupa barata.
Esta quinta-feira, no dia seguinte à derrocada, socorristas e militares tentavam encontrar sobreviventes nos destroços. E a dada altura, anunciaram o resgate de 40 pessoas num quarto que tinha ficado mais ou menos intacto nos escombros. A multidão que se juntava a ver os esforços de salvamento — milhares de pessoas — lançou-se num enorme aplauso.
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Esta quinta-feira, no dia seguinte à derrocada, socorristas e militares tentavam encontrar sobreviventes nos destroços. E a dada altura, anunciaram o resgate de 40 pessoas num quarto que tinha ficado mais ou menos intacto nos escombros. A multidão que se juntava a ver os esforços de salvamento — milhares de pessoas — lançou-se num enorme aplauso.
Entre o ruído das retroescavadoras, ouviam-se pedidos aflitos de sobreviventes sob os escombros. Um fotógrafo da Associated Press contou que ouviu palavras desesperadas: “Salva-nos irmão, por favor salva-nos. Quero viver. É tão mau estar aqui. Tenho dois filhos.”
As primeiras fissuras no edifício tinham sido vistas terça-feira, provocando pânico entre os trabalhadores, que saíram a correr, ficando dez feridos na debandada. Um perito chamado a verificar o estado do edifício nesse dia contou que nem acabou a sua avaliação porque a derrocada estava iminente.
O colapso de edifícios no Bangladesh é bastante comum, o que será explicado pelo facto de as normas de segurança em matéria de construção raramente serem aplicadas.
O balanço dos últimos anos é trágico. Em 2005, pelo menos 70 pessoas morreram na derrocada de uma fábrica têxtil nos arredores de Dacca. Em 2010, um edifício de quatro andares desmoronou-se matando pelo menos 25 pessoas. Em Novembro de 2012, 13 pessoas morreram na queda de uma ponte em construção em Chittagong, e 100 morreram num incêndio numa fábrica de vestuário em Dacca.
O Bangladesh tem uma das maiores indústrias de vestuário do mundo, graças aos preços conseguidos à custa de mão-de-obra barata.