BE quer saber se Governo subscreve declarações do “embaixador“ do Impulso Jovem
Em causa está a entrevista de Miguel Gonçalves à edição de hoje do jornal I que, entre outras declarações, considera que “muitos dos que estão desempregados estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo”.
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Em causa está a entrevista de Miguel Gonçalves à edição de hoje do jornal I que, entre outras declarações, considera que “muitos dos que estão desempregados estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo”.
O “embaixador”, escolhido pelo ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas, afirma também que, “às vezes, as pessoas pensam que os desempregados são pessoas extraordinariamente focadas, profissionais, rigorosas, cheias de fibra, de atitude e competência. Não são. É mentira”.
Para o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda “estas afirmações, de um representante de um programa governamental, são extremamente graves e insultuosas para toda a sociedade”.
Na pergunta subscrita por Ana Drago, os bloquistas pretendem que Marques Guedes, o actual titular da pasta esclareça se, “sendo Miguel Gonçalves o principal rosto do programa Impulso Jovem, as afirmações representam a posição oficial do Governo sobre os desempregados”.
O BE pretende ainda saber se o ministro subscreve as declarações de Miguel Gonçalves e “ se irá continuar a manter este cidadão como o rosto de um programa oficial”.
Entre as frases criticadas pelo BE está também uma declaração final da entrevista de Miguel Gonçalves: “Não percebo quem não quer trabalhar. E para esses, digo-te, não tenho paciência nenhuma. Não tenho problemas nenhuns em dizer que há muita gente em Portugal que não trabalha porque não quer, porque não sabe trabalhar ou porque não tem as competências necessárias”.
A entrevista, em que Miguel Gonçalves afirma que “todos os dias há muito trabalho disponível no mercado” e que há empresas “fartas de procurar e não encontram pessoas boas”, foi também, durante todo o dia, motivo de acesa polémica nas redes sociais.