Morreu François Jacob, Nobel da Medicina de 1965

O francês François Jacob investigou a genética e as mutações nas bactérias. Foi um resistente durante a Segunda Guerra Mundial. Morreu aos 92 anos.

Foto
François Jacob em 1986 Georges Bendrihem/AFP (arquivo)

François Jacob foi professor titular da cadeira de genética celular no prestigiado Collège de França (1965-1991), e tornou-se também membro da Academia de Ciências (1977) e da Academia Francesa (1996). Entre 2007 e 2011, foi chanceler da Ordem da Libertação, que homenageia os heróis que ajudaram na libertação de França durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país foi ocupado pela Alemanha nazi.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

François Jacob foi professor titular da cadeira de genética celular no prestigiado Collège de França (1965-1991), e tornou-se também membro da Academia de Ciências (1977) e da Academia Francesa (1996). Entre 2007 e 2011, foi chanceler da Ordem da Libertação, que homenageia os heróis que ajudaram na libertação de França durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país foi ocupado pela Alemanha nazi.

O francês nasceu a 17 de Junho de 1920 em Nancy. Em Julho de 1940 entrou no exército da França Livre, onde participou nas campanhas de Fezão e Tripolitânia, na Líbia, e em França. Oito horas depois do desembarque na Normandia das tropas aliadas, a 1 de Agosto de 1944, François Jacob foi gravemente ferido. Pela sua conduta na guerra, obteve quatro medalhas. <_o3a_p>

Depois da guerra, terminou os estudos em medicina, mas não se tornou cirurgião devido aos ferimentos. Em vez disso, seguiu a carreira de investigação. Em 1950, começou a trabalhar no Departamento de Fisiologia Microbiana, dirigida por André Lwoff, no Instituto Pasteur, onde fez toda a sua carreira.<_o3a_p>

O seu trabalho centrou-se principalmente nos mecanismos genéticos que existem nas bactérias e os efeitos bioquímicos das mutações também nas bactérias. Estudou ainda as células dos mamíferos e o desenvolvimento embrionário inicial dos ratinhos. Em 1992 entrou no Comité Nacional de Ética francês. <_o3a_p>

Além de ter sido um pintor amador, foi autor de muitos artigos científicos e de livros como A Lógica da Vida, uma obra de 1970 que teve muito sucesso, O Jogo dos Possíveis ou O Ratinho, a Mosca e o Homem.<_o3a_p>

O biólogo casou-se com a pianista Lysiane Bloch em 1947 e voltou a casar-se em 1999 depois da morte da pianista. Teve quatro filhos.

Obituário na edição desta terça-feira impressa e online para assinantes.