Zorrinho: “Quem está longe do consenso é o Governo e a maioria”
Líder parlamentar socialista diz que vale a pena continuar o diálogo “se houver um ponto de chegada minimamente convergente”.
Carlos Zorrinho afirma, no entanto, que o PS está disponível para continuar o diálogo com o primeiro-ministro, mas é preciso que Pedro Passos Coelho mostre que é possível haver pontos “minimamente convergentes”. Declarações de Zorrinho que se seguem ao encontro de quarta-feira entre o primeiro-ministro Passos Coelho e o secretário-geral do PS, António José Seguro. Este último disse que essa reunião não apagou as diveregências entre os dois lados sobre o rumo para o país.
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Carlos Zorrinho afirma, no entanto, que o PS está disponível para continuar o diálogo com o primeiro-ministro, mas é preciso que Pedro Passos Coelho mostre que é possível haver pontos “minimamente convergentes”. Declarações de Zorrinho que se seguem ao encontro de quarta-feira entre o primeiro-ministro Passos Coelho e o secretário-geral do PS, António José Seguro. Este último disse que essa reunião não apagou as diveregências entre os dois lados sobre o rumo para o país.
Questionado pelos jornalistas em Bogotá, onde Carlos Zorrinho integra a comitiva do Presidente da República que se encontra em visita de Estado à Colômbia, o líder da bancada do PS diz sentir que está a acontecer por estes dias aquilo a que chama de “uma dessintonia entre o que o Governo diz e o que o Governo faz”. E é essa contradição que está a impedir que se façam avanços numa caminhada que poderia ser de encontro de expectativas.
Zorrinho diz que chegou a acreditar, pela postura do Governo há uns dias, que “haveria maior abertura para as propostas do PS e um maior esforço” para enveredar por políticas que promovam o crescimento e o emprego. Porém, essa abertura “não teve ainda nenhuma consequência prática diferente” do que tem sido a política do Governo. “Ou seja, as práticas concretas que se propõem é continuar a fazer cortes e a aumentar a austeridade”, resume o líder parlamentar.
“As condições para haver consenso é esta ‘dessintonia’ estar resolvida porque nós achamos que esta política de austeridade é falhada e que são precisas políticas de dinamismo económico”, aponta Zorrinho.
O líder da bancada do PS não descarta a existência de mais encontros, até porque “o diálogo é um instrumento democrático muito importante”. No entanto, Zorrinho avisa que “não vale a pena navegar sem um porto seguro” e que “o diálogo vale a pena se houver um ponto de chegada minimamente convergente.
“Se essa ‘dessintonia’ se resolver é fácil haver um consenso. Mas quem está longe do consenso é o governo e a maioria, não é o PS.”
Por delicadeza e por integrar a comitiva presidencial, Carlos Zorrinho escusou-se a comentar a postura de Cavaco Silva neste processo de busca de consensos.