Forte explosão em fábrica no Texas faz 14 mortos, diz mayor de West

Autoridades falam em pelo menos 160 feridos. Dezenas de edifícios à volta foram arrasados. Autarca descreve força da explosão como "a de uma bomba nuclear".

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Segundo as informações mais recentes divulgadas pelo mayor na noite desta quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Portugal), quatro dos 14 mortos são técnicos de emergência médica que participavam nas operações de socorro. Cinco bombeiros voluntários estão dados como desaparecidos e teme-se que estejam mortos, avançou Muska, citado pela Reuters.

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Segundo as informações mais recentes divulgadas pelo mayor na noite desta quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Portugal), quatro dos 14 mortos são técnicos de emergência médica que participavam nas operações de socorro. Cinco bombeiros voluntários estão dados como desaparecidos e teme-se que estejam mortos, avançou Muska, citado pela Reuters.

Mais cedo, as autoridades tinham dito que o número de mortos estaria entre os cinco e os 15.

Apesar de a zona da explosão ter sido analisada como um local de crime até que haja prova em contrário, não há indícios de que se tenha tratado de um atentado. "Não tenho a indicação que isto seja algo mais do que um incêndio acidental", disse W. Patrick Swanton, da polícia de Waco. O sargento afirmou também que não deverá existir risco de inalação de fumo ou gases e que os bombeiros acreditam ter o incêndio na fábrica sob controlo.

A fábrica West Fertilizer fica localizada na cidade de West, a 30 quilómetros a norte de Waco e 120 quilómetros a sul de Dallas. Ali moram cerca de 2800 pessoas e existe uma grande comunidade de emigrantes da Tchetchénia.

Nas imediações existem, além de habitações, uma escola – que estava fechada àquela hora – e um lar de idosos, com 133 pessoas. Inicialmente a polícia apenas confirmou que havia mortos, sem dizer quantos. Segundo a AFP, a cadeia de televisão local KWTX informou que poderia haver entre 60 a 70 mortos, citando o director dos serviços de urgência do hospital de West, George Smith.

A explosão ocorreu às 19h50 (1h50 desta quinta-feira em Lisboa) e ainda não são conhecidas as causas. Segundo a imprensa internacional, as primeiras hipóteses indicam que terá deflagrado um incêndio num dos edifícios da fábrica, e as chamas terão entrado em contacto com amoníaco, o que terá provocado uma grande explosão. Mas as autoridades estão a ser cautelosas. "Neste momento não sabemos [quais são as causas]", disse uma fonte citada pela BBC.

"Parece uma zona de guerra"
"Parecia uma bomba nuclear", descreveu o mayor de West, Tommy Muska, em declarações ao canal TV norte-americano CNN. “É muita devastação. Nunca vi nada igual”, disse à Reuters o xerife do condado de McLennan, Parnel McNamara. “Parece uma zona de guerra com todos os escombros”, acrescentou, dizendo que 50 a 75 edifícios ficaram danificados na explosão. Um complexo residencial com 50 apartamentos, localizado nas proximidades, ficou reduzido a um “esqueleto em pé”.

De acordo com o United States Geological Survey, instituto que estuda os desastres naturais, a explosão foi sentida a cerca de 80 quilómetros e teve o mesmo impacto que um sismo de magnitude 2.1. A destruição "é massiva, tal como no Iraque, tal como no edifício Murrah em Oklahoma", disse em conferência de imprensa um porta-voz do Departamento de Segurança do Texas, D. L. Wilson, comparando os danos aos causados pela explosão de uma bomba no Edifício Federal Murrah, em Oklahoma, a 19 de Abril de 1995, que fez 168 mortos.

No terreno estão cerca de 700 operacionais no combate às chamas e foi montado um hospital de campanha num campo de futebol que fica perto da fábrica, para acolher os feridos.

Metade da cidade foi evacuada por precaução, devido ao receio de que o fumo tóxico se espalhe com o vento forte. As buscas estão a ser feitas casa a casa.

O governador do Texas, Rick Perry, emitiu um comunicado dizendo que vai "mobilizar os recursos do estado para ajudar as autoridades locais", segundo a Reuters. Uma fonte oficial da Casa Branca disse que o presidente Barack Obama está a acompanhar a situação e a monitorizar a resposta dada pelas autoridades locais e estatais através da Agência Federal de Gestão de Emergências.

A Administração Federal da Aviação norte-americana impôs uma restrição de voo sobre a cidade, segundo a CNN. As escolas vão permanecer encerradas até ao final da semana e as autoridades pediram às pessoas para ficarem longe da zona da explosão.

Empresa garantiu segurança
A imprensa norte-americana escreve que a fábrica tinha armazenadas cerca de 20 toneladas de amoníaco em barris. Segundo a edição online do jornal Dallas Morning News, as autoridades do Texas sabiam desde 2006 que a fábrica guardava aquela quantidade do produto perto de uma escola e de uma zona residencial. No entanto, a empresa que explora a fábrica garantiu que os gases libertados não representavam qualquer perigo. No pior cenário, haveria libertação de gás amoníaco durante dez minutos, que não provocaria mortos ou feridos.

Esta garantia, porém, estava baseada nas estimativas de emissões em situação normal, sem contar com a possibilidade de haver uma falha técnica. Nesta quarta-feira, a catástrofe foi bem pior do que as estimativas da empresa.

Para conceder a licença de funcionamento à West Fertilizer, a Comissão de Qualidade Ambiental do Texas exigiu a construção de um muro entre a zona onde estavam colocados os barris e uma estrada pública, para evitar que a passagem dos veículos danificasse os tanques, que já estavam no local. A empresa assim fez e em Dezembro de 2006 recebeu a licença de funcionamento. No entanto, nos documentos a que o Dallas Morning News teve acesso, não é referido quanto tempo é que os barris estiveram no local antes de a fábrica ter sido licenciada.

Notícia actualizada às 1h30 de sexta-feira Acrescenta balanço de 14 mortos feito pelo mayor de West.