APEL cancelou a edição deste ano da Feira do Livro do Porto
Associação Portuguesa de Editores e Livreiros explicou à Câmara do Porto não ter verba suficiente para realizar a feira
A APEL “optou pela suspensão da feira no ano em curso, alegando falta de condições financeiras para a sua realização, tanto mais que admite a possibilidade de se vir a registar um avultado prejuízo por força da forte quebra nas vendas, que facilmente se adivinha neste dramático cenário económico-social em que estamos mergulhados”, refere comunicado da Câmara do Porto.
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A APEL “optou pela suspensão da feira no ano em curso, alegando falta de condições financeiras para a sua realização, tanto mais que admite a possibilidade de se vir a registar um avultado prejuízo por força da forte quebra nas vendas, que facilmente se adivinha neste dramático cenário económico-social em que estamos mergulhados”, refere comunicado da Câmara do Porto.
A autarquia recorda o acordo feito em 2009 com a APEL para “o regresso da Feira do Livro à Av. dos Aliados”, tendo para o efeito celebrado um protocolo no valor de 300 mil euros, repartidos ao longo de quatro anos, destinados ao investimento em novos equipamentos.
Tal apoio, explica, “correspondia ao valor das prestações para amortização do investimento feito no ‘leasing’ operacional dos novos stands, que ficariam liquidados no final dos quatro anos de vigência do contrato, pelo que restaria agora, em cada feira, apenas o custo correspondente à sua manutenção, montagem e desmontagem”.
Contudo, “ainda em 2012, a APEL solicitou o apoio do município para a realização da Feira do Livro 2013, assente naqueles que foram os pressupostos do protocolo anterior, reforçando a insuficiência da verba anual de 75 mil euros a que correspondeu o apoio anual decorrente do protocolo atrás referido, invocando o desdobramento por mais um ano do ‘leasing operacional’ dos stands, em razão da necessidade de recuperação de parte daquele equipamento por se encontrar em deficientes condições de utilização”.
“O Município do Porto viu-se assim confrontado com uma situação inesperada, tendo comunicado à APEL que era inviável o apoio financeiro excecional nos mesmos moldes e valores do que fora pago nas últimas quatro edições da Feira do Livro”, acrescenta o comunicado.
A câmara garante ter manifestado à APEL “disponibilidade para continuar a apoiar tão importante iniciativa, nomeadamente a ceder gratuitamente, para o efeito, a plataforma central da Avenida dos Aliados, isentando a organização de todas as taxas e licenças, e assegurando apoio logístico na segurança e na limpeza dos espaços de circulação”, apoios que a associação considerou insuficientes.
“A Câmara do Porto compreende e lamenta a decisão da APEL” e assegura ter “já em preparação uma iniciativa que permita, no próximo mês de julho, proporcionar aos portuenses um evento de lazer e cultura que colmate, na Avenida dos Aliados, esta suspensão da Feira do Livro”, remata.