CGTP diz que apelo do Governo ao consenso é “embuste monumental”
Arménio Carlos critica posição do executivo em relação à Concertação Social e avisa: “O Governo está a amputar o país”.
“A CGTP não pactuará com esta farsa”, disse o secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, em conferência de imprensa, numa reacção às medidas hoje anunciadas pelo Governo, depois do chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado de 2013.
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“A CGTP não pactuará com esta farsa”, disse o secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, em conferência de imprensa, numa reacção às medidas hoje anunciadas pelo Governo, depois do chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado de 2013.
Para o sindicalista, a Concertação Social é um processo que está “viciado” e “serve apenas e só para o Governo definir agendas políticas”, sendo “evidente” que o executivo “não tem margem nenhuma para aceitar propostas alternativas”. “É uma falácia, uma mentira, um embuste monumental”, disse Arménio Carlos.
Para a CGTP, o caminho da austeridade já deu provas de estar errado e “está a conduzir o país ao desastre económico e social”. “Não temos certezas, mas temos a convicção de que, se esta política continuar, daqui a três meses estaremos pior”, avisou.
“Primeiro disseram que se tinha que cortar o dedo, depois a mão, depois o braço e agora passamos para o braço esquerdo. O Governo está a amputar o país. Isto não vai ter fim”, sublinhou Arménio Carlos, insistindo na necessidade de Portugal precisar de novas eleições legislativas.
Se não for interrompida a política de austeridade, avisou ainda, o caminho de Portugal será assim o da “espiral recessiva”, com mais cortes, mais recessão, mais falências, mais desemprego, mais défice, mais dívida e mais cortes.
Em alternativa, a CGTP considera ser necessário um alívio fiscal através do IRS para aumentar o rendimento disponível das famílias, aumentar os salários, o salário mínimo nacional e as pensões.
Propõe ainda que se termine com a “despesa parasitária” dos juros, das parcerias público-privadas e das chamadas rendas da energia. Considera igualmente ser necessário “renegociar a dívida através do alargamento do prazo e da redução dos montantes e juros, com o não-pagamento dos juros durante um período de três anos e o compromisso de que não serão depois superiores à taxa de juro de referência do Banco Central Europeu”.