Londres pára para funeral de Margaret Thatcher

Mais de 2000 convidados e mais de 4000 polícias vão estar, por razões diferentes, no funeral da Dama de Ferro. Uma cerimónia que promete parar a capital inglesa nesta quarta-feira de manhã.

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Para garantir a protecção dos mais de 2300 convidados serão mobilizados mais de 4000 polícias. Presença inédita desde o funeral de Winston Churchill, a própria Rainha de Inglaterra, Isabel II, estará no último adeus à política que ficou para a história como a Dama de Ferro.

O caixão coberto com a bandeira da união,  e que na terça-feira foi levado para a capela do parlamento, será transferido de manhã desde Westminster, onde fica o parlamento, a partir das 10h locais (a mesma hora em Portugal continental). O trajecto passará por Trafalgar Square até à igreja de St. Clements, patrono da Força Aérea. Aqui serão prestadas honras militares à antiga líder britânica, esperando-se a presença de militares que participaram, sob a sua gerência no Governo, na Guerra das Malvinas/Falkland.

O destino final do cortejo fúnebre, que obrigará a cortar diversas vias ao trânsito, será a catedral de São Paulo, onde a Rainha e o Duque de Edimburgo, os antigos primeiros-ministros Tony Blair e Gordon Brown se juntarão na última homenagem à mulher que liderou um executivo conservador entre 1979 e 1990. A chegada à catedral está prevista para as 11h.

Poemas, Bach e tiros de canhão
Nas escadarias da catedral estarão 14 Chelsea Pensioners (antigos membros do Exército) porque a baronesa tinha uma ligação especial ao Royal Chelsea Hospital, que é a sede deste corpo. O caixão será transportado para dentro da catedral por militares ligados à campanha nas Falkland/Malvinas.

O famoso relógio londrino conhecido como Big Ben será silenciado durante a passagem de Thatcher. Dentro da catedral, segundo o programa divulgado pelo Governo, decorrerá uma cerimónia religiosa. O bispo de Londres, Richard Chartres, e o arcebispo de Cantuária (o chefe da Igreja de Inglaterra), Justin Welby, terão a palavra. Amanda Thatcher (neta de Margaret) e David Cameron (primeiro-ministro), lerão textos religiosos. E a banda da Força Aéria tocará Purcell, Gustav Holst, John Ireland, Herbert Howells, Edward Elgar, Frank Bridge, Charles Stanford, Hubert Parry, Ralph Vaughan Williams, Brahms, Gabriel Faure e Bach. Também serão lidos poemas, ou partes deles: Intimation of Imortality, de Wordsworth, e Little Gidding de T.S. Eliot.

Na torre de Londres vão soar os canhões. E, segundo o bispo de Grantham, onde Thatcher nasceu, tudo isto é "um erro". "Deveria ser uma cerimónia discreta e familiar" e não um funeral aparatoso que ela não queria mas também porque "está a ter aproveitamentos políticos", disse.

170 países representados
Desde 1965 que a Rainha Isabel II não participa num funeral de um político britânico – uma presença que também gerou críticas. O de Margaret Thatcher não será um funeral de Estado, como foi esse de Winston Churchill, por vontade expressa pela própria Thatcher. Mesmo assim, é uma cerimónia grandiosa, mais do que pretendia a antiga líder governamental, e envolta em controvérsia, como o foi de resto o mandato político dela.

Em causa está o orçamento – cujo valor não foi revelado. Porém, as estimativas faladas na imprensa inglesa, como no The Guardian, apontam para um custo que ronda entre os dez milhões e os 12 milhões de euros. A ser verdade, custaria mais do que o funeral da Princesa Diana (nove milhões, segundo o jornal espanhol El Mundo) e do que o da Rainha-Mãe, (9,4 milhões).

Entre os 2300 convidados contam-se a ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e o ex-vice-presidente Dick Cheney. Ao todo estarão representados 170 países.

O representante diplomático da Argentina em Londres, Alicia Castro, recusou um convite para estar no funeral, uma decisão certamente ligada ao diferendo em torno das Malvinas.

No final, o caixão será levado para o Royal Hospital Chelsea, onde decorrerá a cremação, numa cerimónia privada que terá lugar à noite.
 

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Para garantir a protecção dos mais de 2300 convidados serão mobilizados mais de 4000 polícias. Presença inédita desde o funeral de Winston Churchill, a própria Rainha de Inglaterra, Isabel II, estará no último adeus à política que ficou para a história como a Dama de Ferro.

O caixão coberto com a bandeira da união,  e que na terça-feira foi levado para a capela do parlamento, será transferido de manhã desde Westminster, onde fica o parlamento, a partir das 10h locais (a mesma hora em Portugal continental). O trajecto passará por Trafalgar Square até à igreja de St. Clements, patrono da Força Aérea. Aqui serão prestadas honras militares à antiga líder britânica, esperando-se a presença de militares que participaram, sob a sua gerência no Governo, na Guerra das Malvinas/Falkland.

O destino final do cortejo fúnebre, que obrigará a cortar diversas vias ao trânsito, será a catedral de São Paulo, onde a Rainha e o Duque de Edimburgo, os antigos primeiros-ministros Tony Blair e Gordon Brown se juntarão na última homenagem à mulher que liderou um executivo conservador entre 1979 e 1990. A chegada à catedral está prevista para as 11h.

Poemas, Bach e tiros de canhão
Nas escadarias da catedral estarão 14 Chelsea Pensioners (antigos membros do Exército) porque a baronesa tinha uma ligação especial ao Royal Chelsea Hospital, que é a sede deste corpo. O caixão será transportado para dentro da catedral por militares ligados à campanha nas Falkland/Malvinas.

O famoso relógio londrino conhecido como Big Ben será silenciado durante a passagem de Thatcher. Dentro da catedral, segundo o programa divulgado pelo Governo, decorrerá uma cerimónia religiosa. O bispo de Londres, Richard Chartres, e o arcebispo de Cantuária (o chefe da Igreja de Inglaterra), Justin Welby, terão a palavra. Amanda Thatcher (neta de Margaret) e David Cameron (primeiro-ministro), lerão textos religiosos. E a banda da Força Aéria tocará Purcell, Gustav Holst, John Ireland, Herbert Howells, Edward Elgar, Frank Bridge, Charles Stanford, Hubert Parry, Ralph Vaughan Williams, Brahms, Gabriel Faure e Bach. Também serão lidos poemas, ou partes deles: Intimation of Imortality, de Wordsworth, e Little Gidding de T.S. Eliot.

Na torre de Londres vão soar os canhões. E, segundo o bispo de Grantham, onde Thatcher nasceu, tudo isto é "um erro". "Deveria ser uma cerimónia discreta e familiar" e não um funeral aparatoso que ela não queria mas também porque "está a ter aproveitamentos políticos", disse.

170 países representados
Desde 1965 que a Rainha Isabel II não participa num funeral de um político britânico – uma presença que também gerou críticas. O de Margaret Thatcher não será um funeral de Estado, como foi esse de Winston Churchill, por vontade expressa pela própria Thatcher. Mesmo assim, é uma cerimónia grandiosa, mais do que pretendia a antiga líder governamental, e envolta em controvérsia, como o foi de resto o mandato político dela.

Em causa está o orçamento – cujo valor não foi revelado. Porém, as estimativas faladas na imprensa inglesa, como no The Guardian, apontam para um custo que ronda entre os dez milhões e os 12 milhões de euros. A ser verdade, custaria mais do que o funeral da Princesa Diana (nove milhões, segundo o jornal espanhol El Mundo) e do que o da Rainha-Mãe, (9,4 milhões).

Entre os 2300 convidados contam-se a ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e o ex-vice-presidente Dick Cheney. Ao todo estarão representados 170 países.

O representante diplomático da Argentina em Londres, Alicia Castro, recusou um convite para estar no funeral, uma decisão certamente ligada ao diferendo em torno das Malvinas.

No final, o caixão será levado para o Royal Hospital Chelsea, onde decorrerá a cremação, numa cerimónia privada que terá lugar à noite.