Novas metas do défice agravam necessidades de financiamento em 4700 milhões
Governo diz que irá encontrar forma de assegurar este financiamento sem mais dinheiro da troika.
O cálculo é feito pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República, na nota mensal sobre a dívida pública divulgada nesta quarta-feira.
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O cálculo é feito pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República, na nota mensal sobre a dívida pública divulgada nesta quarta-feira.
"A revisão das metas para o défice público tem necessariamente consequências ao nível das necessidades líquidas de financiamento", diz a UTAO, calculando que o impacto global de 4700 milhões de euros será distribuído por 1500 milhões este ano, 2400 milhões em 2014 e 800 milhões em 2015.
Estes números colocam a dúvida sobre como é que o Governo irá assegurar o financiamento adicional de que necessita, sem que haja um reforço dos empréstimos da troika.
No final da sétima avaliação da troika (quando as novas metas do défice foram definidas), o FMI afirmou que o Governo português estava "empenhado em cobrir as necessidades de financiamento suplementares resultantes dos novos objectivos em matéria de défice orçamental revistos, incluindo através das receitas das privatizações". O Governo deu conta também da intenção de recorrer a novas operações de centralização de tesouraria.
Na sétima avaliação da troika, o objectivo de défice para este ano foi revisto de 4,5% para 5,5%, passando a meta de 3% em 2014 para 2015.