Focos de língua azul detectados em Espanha junto à fronteira portuguesa

Surto já levou autoridades espanholas a ordenarem a vacinação imediata de milhares de bovinos e ovinos. Ministério da Agricultura português desvaloriza.

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A autoridades nacionais descartam o risco de propagação da doença a Portugal PÚBLICO
A informação, veiculada no passado sábado através de comunicado, levou as autoridades espanholas a determinarem a rápida vacinação dos animais em risco de contraírem a doença. Só no norte de Cáceres foram distribuídas aos produtores de gado, gratuitamente, cerca de 300 mil vacinas para inocular os ovinos e os bovinos com mais de três meses de idade.

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A informação, veiculada no passado sábado através de comunicado, levou as autoridades espanholas a determinarem a rápida vacinação dos animais em risco de contraírem a doença. Só no norte de Cáceres foram distribuídas aos produtores de gado, gratuitamente, cerca de 300 mil vacinas para inocular os ovinos e os bovinos com mais de três meses de idade.

A vacina é obrigatória “para evitar restrições no comércio de animais vivos”, lê-se no comunicado, que indica ainda que também nas províncias de Cádiz e Huelva, na Andaluzia, foram detectados focos da doença.

O Ministério da Agricultura português desvaloriza a situação e refere apenas que as “relações de grande proximidade” entre as autoridades sanitárias dos dois países “permitem a monitorização de qualquer situação de âmbito sanitário que possa ocorrer, antes mesmo da notificação oficial”. Por outro lado, frisa, as medidas profilácticas que ali estão a ser tomadas “não carecem de notificação aos outros Estados-Membros”.

Em anos anteriores, o surgimento de focos de língua azul do vírus serotipo 1 e 4 (dos 24 serotipos distintos que se conhecem) nas regiões fronteiriças espanholas acabou por se alastrar ao Alentejo.

Em Portugal, a doença tem sido combatida e neste momento está controlada. Contudo, uma circular da Direcção-Geral de Veterinária datada de Maio de 2012 refere que existe “actividade continuada do vector preferencial do serotipo 1 do vírus da língua azul no território nacional”.

Castro e Brito, presidente da Associação de Criadores de Ovinos do Sul, disse ao PÚBLICO que não tem “conhecimento do que se está a passar na Extremadura” nem os serviços do Ministério de Agricultura enviaram qualquer informação nesse sentido.

Já o presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Beja, António Bonito, adiantou que já tem informação sobre o surgimento de novos focos de língua azul em Cáceres, mas diz que se encontram a cerca de 120 quilómetros da fronteira portuguesa, pelo que “não há razão para alarmes”.

O mesmo responsável avança que não recebeu até ao momento qualquer “notificação” da tutela, mas garante que “não há” contaminação com o vírus serotipo 1 da língua azul no norte alentejano, “mesmo nas zonas mais raianas”.

A língua azul, também conhecida por febre catarral, é uma doença não contagiosa causada por um vírus transmitido por insectos e que afecta gado doméstico (sobretudo ovelhas) e selvagem, podendo provocar a sua morte. O seu nome deve-se à coloração roxa escura ou azulada observada na língua dos animais infectados. Não há registo de infecção em seres humanos.