Lista de clientes do "Zé das Medalhas" tem 180 nomes

Manuel Vilarinho, ex-presidente do Benfica, é um dos referidos, revela semanário Expresso."Socorri-me do Canas porque o dinheiro é meu e não é proibido pô-lo lá fora. É melhor do que entregá-lo a estes tipos do Governo", contou

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Ministério Público pede que 1,3 milhões de euros apreendidos ao arguido sejam declarados perdidos a favor do Estado.

Manuel Vilarinho, ex-presidente do Benfica, entregou, segundo o Expresso, 422 mil euros ao seu "amigo". "Conheço o Canas desde miúdo e o meu pai também já o conhecia", contou Vilarinho ao semanário. "Não sei quanto dinheiro lhe entreguei. Socorri-me do Canas porque o dinheiro é meu e não é proibido pô-lo lá fora. É melhor do que entregá-lo a estes tipos do Governo."

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Manuel Vilarinho, ex-presidente do Benfica, entregou, segundo o Expresso, 422 mil euros ao seu "amigo". "Conheço o Canas desde miúdo e o meu pai também já o conhecia", contou Vilarinho ao semanário. "Não sei quanto dinheiro lhe entreguei. Socorri-me do Canas porque o dinheiro é meu e não é proibido pô-lo lá fora. É melhor do que entregá-lo a estes tipos do Governo."

Este é um caso conhecido como "Monte Branco", em que sete pessoas já foram constituídas arguidas. Estão a ser investigados crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. E o Ministério Público já pediu mais 20 meses para concluir a investigação, dada a complexidade da mesma. Manuel Vilarinho não foi um dos sete constituídos arguidos. Garante, de resto, que regularizou a sua situação com o fisco ao abrigo do Regime Extraordinário de Regularização Tributária.

A lista de clientes inclui anónimos e figuras públicas, empresários e construtores civis, que, entre 2007 e 2012, terão colocado nas mãos do principal arguido do caso cerca de 100 milhões de euros.

Maria José Rau, ex-secretária de Estado da Administração Educativa de António Guterres, é outro dos nomes. Ao Expresso, contou que há dois anos regularizou a sua situação fiscal junto do Banco de Portugal e que nunca chegou a ser contactada pelas autoridades. Mas confirmou que chegou a entregar a Canas 246 mil euros de "uma herança de família".

José Carlos Gonçalves, empresário do imobiliário, o sexto arguido do processo, aparece como tendo entregue 18,9 milhões. É o principal cliente desta lista.

O leiloeiro Francisco Cabral Moncada, que não foi constituído arguido, aparece na lista como tendo entregue 445 mil euros.

A loja de Francisco Canas ganhou fama como casa de câmbio há décadas. Muitas famílias terão recorrido a este homem para que ele lhes colocasse o dinheiro no estrangeiro, sem pagarem impostos.