Descobriram como aumentar o volume da cortiça e podem ganhar prémio europeu

O projecto, “exemplo de colaboração entre a universidade e as empresas”, é um dos três finalistas do Prémio Europeu do Inventor

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Daniel Rocha

Um grupo de investigadores portugueses descobriu um tratamento para a cortiça que aumenta o seu volume, utilizando micro-ondas, um método amigo do ambiente. O projecto é finalista no Prémio Europeu do Inventor.

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Um grupo de investigadores portugueses descobriu um tratamento para a cortiça que aumenta o seu volume, utilizando micro-ondas, um método amigo do ambiente. O projecto é finalista no Prémio Europeu do Inventor.

Helena Pereira, investigadora do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa coordenou o trabalho, desenvolvido em conjunto com a empresa Amorim. A investigadora disse à agência Lusa que esta inovação “é um processo de tratamento utilizando micro-ondas para fazer basicamente uma expansão da cortiça”, depois da sua extração e da chegada à fábrica.

O projecto, “exemplo de colaboração entre a universidade e as empresas”, está no grupo dos três finalistas do Prémio Europeu do Inventor, um feito inédito entre portugueses, que “já é uma grande honra”, salientou a cientista.

Os vencedores do Prémio serão anunciados pelo Instituto Europeu de Patentes (EPO) numa cerimónia que terá lugar a 28 de Maio, em Amesterdão. A equipa de cientistas descobriu que a cortiça, humedecida com água e exposta a radiação de micro-ondas, pode expandir-se de 40% até 85% do seu tamanho original. “Normalmente a cortiça é granulada e é no granulado que é feito o tratamento, antes do resto do processo para chegar ao produto final”, referiu Helena Pereira.

O tratamento “permite aumentar o volume da cortiça, ou seja, aumenta a quantidade de matéria prima, o que tem como consequência a diminuição do custo de produção”, como “se tivesse pelo mesmo preço mais matéria prima”, salientou. Por outro lado, a investigadora realçou tratar-se de um processo “amigo do ambiente” pois não utiliza produtos químicos.

A equipa de cientistas portugueses foi nomeada para o Prémio Europeu do Inventor de 2013 na categoria de “indústria”. A cortiça, obtida da casca do sobreiro que tem de crescer nove anos para ser colhida, é usada em vários produtos incluindo rolhas para as garrafas de vinho, solas de sapatos, malas, carteiras, pavimentos e para isolamento.