Medalha Nobel de Francis Crick vendida por mais de dois milhões de dólares
Mais uma vez, todas as previsões foram superadas. O comprador é um empresário.
Tal como aconteceu com a carta que Crick escreveu em 1953 ao filho MIchael, de 12 anos, explicando-lhe em primeira mão a histórica descoberta, o preço final da medalha ultrapassou todas as expectativas (fora estimado em meio milhão de dólares). Recorde-se que a carta foi vendida nesta quarta-feira na Christie's de Nova Iorque por mais de seis milhões de dólares, tornando-se a carta leiloada mais cara de sempre, segundo a Reuters.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Tal como aconteceu com a carta que Crick escreveu em 1953 ao filho MIchael, de 12 anos, explicando-lhe em primeira mão a histórica descoberta, o preço final da medalha ultrapassou todas as expectativas (fora estimado em meio milhão de dólares). Recorde-se que a carta foi vendida nesta quarta-feira na Christie's de Nova Iorque por mais de seis milhões de dólares, tornando-se a carta leiloada mais cara de sempre, segundo a Reuters.
O comprador da medalha de ouro chama-se Jack Wang, é norte-americano, nasceu na China e é administrador da empresa Biomobie, com escritórios em Xangai e Silicon Valley. A empresa desenvolve e tenciona comercializar um dispositivo electromagnético “capaz de controlar e permitir a regeneração de órgãos danificados”, afirma Wang, citado pela revista Nature – em particular, estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos.
Wang declarou ter comprado a medalha para incentivar a investigação à volta do “mistério do Bioboosti”, um aparelho que tem “a forma de um ovni e o tamanho de uma noz” e que as pessoas devem segurar na mão durante o tratamento, explica Brendan Borrell, autor da notícia da Nature.
Crick partilhou o Nobel da Medicina com o co-autor da descoberta, o norte-americano James Watson, que trabalhava com ele no Laboratório Cavendish da Universidade de Cambridge (Reino Unido); e com Maurice Wilkins, do Kings College de Londres.
“Esta medalha encarna a importância da descoberta e, como tal, vale cada dólar dos 2,27 milhões de dólares realizados”, diz Sandra Palomino, da Heritage Auctions, em comunicado da leiloeira. A medalha vem acompanhada do diploma do prémio: duas páginas manuscritas em sueco e datadas de 18 de Outubro de 1962 em Estocolmo.
A leiloeira também colocou à venda a bata de laboratório de Crick e documentos como os seus diários de jardinagem e pelo menos 20% do dinheiro da venda (da medalha e dos outros objectos) será doado pela família do cientista ao Instituto Francis Crick, um centro biomédico em construção que deverá abrir portas em Londres, em 2015.